Como não se apaixonar por você
pelo teu jeito subversivo de ser
pelo teu jeitinho de olhar
conquistando sem falar.
Como não se apaixonar por você
menina, mulher, guerreira
alma de guerrilheira
lutando por liberdade.
Como não se apaixonar por você
que dispensa a vaidade
o que lhe importa é a atitude
e viver com dignidade.
Como não se apaixonar por você
minha querida menina
espero que conquiste todos os seus sonhos
muito rock, poesias e coragem pra vencer.
Do seu Tio Pedro Ferreira Nunes
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Conto: Luna
Por Pedro Ferreira Nunes
Quando John viu Luna foi amor
à primeira vista, seu coração bateu acelerado tal como as baquetas da bateria
do Igor Cavalera do Sepultura. Não era a primeira vez que John se apaixonava,
mas nunca havia se apaixonado de forma tão intensa assim por mulher alguma.
Luna não era um mulherão,
estava mais para uma adolescente, apesar de já ter 19 anos. Loira, usava o
cabelo curto com algumas madeixas pintadas de azul e uma linda flor na lateral,
tinha um belo alargador nas orelhas e sua pele clara destacava as belas tatuagens
que cobriam seu corpo. Fumava um cigarro em cima do outro e ao lado um copo de
conhaque.
Havia muitas mulheres naquele
bar, algumas até mais bela que ela, mas ela com certeza era quem mais chamava a
atenção de todos, no entanto ela não dava corda para nenhum dos corajosos que
ousaram chegar perto dela.
De repente começou a tocar no
salão o som pesado do Motorhead. Ela ergueu-se e começou a dançar, todos a
observavam, em especial John que estava encantado por ela.
– Ah, como queria ter essa
maluca nos meus braços. Pensava John.
Luna olha para John sentado em
um canto tomando uma cerveja e olhando para ela. Ela caminha até onde ele esta
e pergunta se pode sentar-se com ele, surpreso John gaguejando responde-a que
sim.
- Olá tudo bem? Você está
sozinho? Quer companhia? Posso me sentar aqui com você?
- Pois não. Fica a vontade.
Aceita alguma bebida?
- Um conhaque, por favor.
E assim John e Luna começam a
conversar sobre varias coisas, ela tomando o seu conhaque e ele cerveja e
ouvindo o som sujo, veloz e pesado do Motorhead que ecoava no salão do bar.
- E então, aqui tá bacana. Mas
você não quer ir para um lugar mais tranquilo?
Só eu e você?
- Claro, vamos sim. Respondeu
todo animado John.
Nem nos seus melhores sonhos
ele poderia imaginar que um dia teria uma mulher daquela nos seus braços, mas o
fato é que sem explicação aquela princesa estava a fim de ficar com ele. E
assim os dois seguiram no conversível de John até um motelzinho na beira da BR
que cortava o local. Quando entraram para o quarto Luna pediu uma garrafa de
conhaque. John lembra-se apenas da primeira dose de conhaque que tomou, quando
foi no dia seguinte acordou sozinho no quarto de motel, sem roupa, sem grana e
sem carro. Luna havia sumido.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Crônica: Riquezas culturais da nossa terra
O Chambari e
a súcia tocantinense
Por Pedro Ferreira Nunes
Cada
região do Brasil, cada estado. - É conhecido por uma característica própria.
Pelo sotaque do seu povo, pelos costumes, pela musica, pela comida, pela dança
entre outros. Por exemplo, á musica sertaneja e a galinhada em Goiás, o samba e
a feijoada no Rio, o acarajé e o axé na Bahia, o Vaneirão e o churrasco no Sul,
o forró e o baião de dois no Ceará, o carimbo e o pato no tucupi em Belém entre
tantas outras expressões culturais Brasil afora.
Em
recente conversa com um camarada pesquisador de musica folclórica brasileira,
conversamos a cerca da cultura tocantinense. Logo percebi que há muita falta de
conhecimento sobre o Tocantins, até mesmo entre as pessoas que moram aqui.
Por
ser um estado bastante novo e ter uma população oriunda de varias partes do
Brasil, dando ao Tocantins por tanto uma característica multicultural, temos
por tanto uma diversidade muito grande de expressões culturais, pois as pessoas
que saem da sua terra natal para morarem no Tocantins acabam trazendo consigo
os seus costumes, enriquecendo assim a nossa cultura local.
Quer
dizer por tanto que o Tocantins não tem uma cultura própria? Claro que sim. A característica principal da
cultura tocantinense é a diversidade das expressões culturais, sobretudo a
partir da formação do estado com pessoas de varias regiões do país, que vieram
construir o Tocantins e trouxeram consigo as raízes culturais de sua terra
natal. No entanto podemos destacar algumas expressões culturais próprias dessa
região, como por exemplo o chambari na culinária e a sucia – Dança tipicamente
tocantinense.
apresentação de súcia |
A
sucia é uma dança de origem africana trazida pelos negros que vieram trabalhar
como escravos nas minas de ouro e diamante em Arraias, Natividade, Porto
Nacional e outras regiões do estado.
Dança-se
em uma grande roda ao som de tambores construídos com tronco de arvores e coro
de animais. Não há um passo especifico, a ideia é improvisar ao som dos
tambores, dança - se livremente, as mulheres dança às vezes com objetos cheio
de agua na cabeça, mostrando um grande equilíbrio. É uma dança típica do nosso
estado não encontrada em nenhuma outra região do Brasil. É uma dança que lembra
outros ritmos de origem africana como, por exemplo, o coco, a ciranda e o
maracatu.
Já
o chambari é um prato muito apreciado no Tocantins. Pois antigamente não era
tão fácil para a maioria das famílias tocantinenses comprarem carne de gado
para fazer a mistura com o arroz e o feijão, dai comia se peixe ou carne de
caça. Quando se comprava carne de gado geralmente eram as partes menos
valorizadas, isto é, a ossada que era mais barata. O chambari era uma dessas
partes da vaca que não era valorizada, dai as famílias mais pobres conseguiam
comprar.
Chambari preparado a moda tocantinense |
O
chambari é uma parte da coxa do gado que tem muito osso e nervo e quase não tem
carne, o mesmo é serrado e cozinhado por varias horas na panela de pressão para
amolecer, quando pronto é servido o caldo.
O
caldo do chambari é muito forte e dá muita energia para quem toma, antigamente
era consumido, sobretudo pelos trabalhadores rurais, que enfrentavam grandes
jornadas de trabalho nas lavouras tocantinenses. Hoje em dia o Chambari
tornou-se uma comida tipicamente tocantinense, encontrada em feiras populares e
restaurantes do estado, já não é apenas uma comida apreciada pelos camponeses
pobres e trabalhadores rurais, tanto que já não é tão barato como era
antigamente.
Por
tanto quem visita o Tocantins e quer experimentar o sabor dessa terra deve
comer um bom caldo de chambari com feijão trepa pau, tomar aquela cachacinha
com murici e se acabar numa roda de sucia, e claro depois se refrescar do calor
que por aqui não é pouco nas águas do Tocantins, depois disso com certeza irá
querer voltar aqui um dia.
Memórias de uma luta
Recebi a missão dos companheiros
da coordenação dos movimentos que ocuparam a superintendência regional do INCRA
em Goiás de ficar responsável pela assessoria de comunicação dessa ação. Com
isso o camarada Zelito do Movimento Terra Livre, organização da qual eu também
fazia parte – Deu a ideia de fazermos o diário da ocupação para divulgarmos o
dia a dia na ocupação e as ações que iriamos realizar, pois com o passar dos
dias a ação tenderia a cair no esquecimento, sobretudo pelos veículos oficiais
de comunicação, com o diário manteríamos a ocupação em pauta.
A ideia inicial era que
fizéssemos os relatos coletivamente, mas já nos dois primeiros houve grande
dificuldade para reunir todo mundo, sobretudo por que sempre havia outras
atividades e problemas que surgiam que o núcleo dirigente precisava resolver.
Por tanto acabou ficando para mim a responsabilidade de fazer os relatos que
sempre quando era possível eu submetia ao crivo de alguns camaradas.
O diário foi uma ação muito
importante para divulgar a nossa luta e para que também conseguíssemos apoio de
diversas organizações da classe trabalhadora. Os relatos foram reproduzidos em
diversos sites e blogs de norte a sul do país, assim como chegou a nossas mãos
diversas manifestações de apoio graças às informações que passávamos através do
diário, o que com certeza contribuiu para que fizéssemos a maior ocupação do
INCRA-GO. E mesmo com o boicote da
grande mídia na maior parte do tempo que ficamos acampados no INCRA,
conseguimos manter o Brasil informado do que se estava passando em Goiânia.
Quando comecei escrever era
como estivesse fazendo uma nota à imprensa, mas ao longo dos dias o mesmo foi
ganhando um caráter mais eloquente e emotivo, sobretudo por que a imprensa
estava se lixando pelo que nós estávamos fazendo lá dentro. A não ser se
fizéssemos como defendia um companheiro da direção – Tocássemos fogo em umas
caminhonetes do governo, dai a imprensa apareceria para nos chamar de vândalos
e com eles a policia para nos reprimir.
Por fim o caráter do diário
foi mudando, já não era um informativo meramente, queríamos trazer o leitor
para dentro da ocupação com a gente, para que ele se sentisse parte dela, para
que ele pudesse sentir o clima em que vivíamos – Nossas angustias, tristezas,
esperanças e alegrias.
Lembro-me de uma ligação que
recebi de uma senhora que morava em um assentamento no vale do Araguaia – Ela
disse que havia lido o diário e tinha se emocionado com o nosso exemplo de
força e resistência. Lamentava por não poder esta conosco na ocupação, pois não
tinha como largar seu lote. E pediu para que eu agradecesse a todos, pois sabia
que estávamos lutando por todos os acampados e assentados de Goiás independente
do movimento que faziam parte; Que eu desse um grande abraço e falasse que ela
estaria rezando por nós, pela nossa vitória.
Esse telefonema foi uma grande
injeção de animo para que eu continuasse escrevendo o diário, pois não era
simples achar um tempo para escrevê-lo, já que eu tinha outras tarefas na
ocupação bastante cansativas.
Alguns companheiros chegaram a
dizer que não era bom escrever o diário, pois dávamos muita informação a cerca
do que iriamos fazer e assim os nossos inimigos sempre sabiam do nosso próximo
passo. Já outros elogiavam, pois o nosso exemplo de luta e resistência
inspirava muita gente e por outro lado conseguíamos furar o bloqueio da mídia,
conseguir apoio do Brasil todo e nos blindarmos contra qualquer ação truculenta
por parte das autoridades.
Reorganizar esses relatos é
resgatar a memoria e o exemplo dessa importante luta do movimento campesino por
reforma agrária em Goiás, sobretudo em um período em que os que bravamente
continuam resistindo e persistindo na luta por reforma agrária não tem o que
comemorar. Assim espero que esse relato possa inspirar, sobretudo a juventude
camponesa a continuar a tão importante e necessária luta por reforma agrária em
Goiás e em todo o Brasil.
Baixar livro no link: "A nossa luta é pra vencer..."
quinta-feira, 24 de julho de 2014
"A nossa luta é pra vencer..."
Acesse o link e : Baixe gratuitamente o livro no googleo drive
A todas as famílias
organizadas pelo Movimento Popular Terra Livre, Movimento de Libertação dos Sem
Terra, Federação dos Trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar de
Goiás, Movimento de Volta dos Trabalhadores ao Campo e ao Movimento Brasileiro
dos Trabalhadores Rurais que participaram da ocupação do INCRA-GO em 2011.
Em especial aos
camaradas: Zelito, Queila, Danilo, Alessandra, Matheus, Dona Fatima, Geraldo,
Lena, Géssica, Aloisio, Cida, Valdelice, Antônio Chagas, Geraiton, Lazim,
Aparecido, Anair e Nega.
19 mil jovens votaram pela primeira vez no Tocantins – A juventude que tomou as ruas contra a política hegemônica no estado vai às urnas.
Por
Pedro Ferreira Nunes
Em junho de 2013 milhares de
jovens tomaram as ruas das principais cidades do Tocantins na luta por direitos
como também contra a política hegemônica que impera no estado. Um dos momentos
mais significativos dessas mobilizações foi com certeza a manifestação em
frente ao palácio Araguaia onde a juventude gritou palavras de ordem contra o
Siqueirismo, mostrando sua indignação com um governo que não atende as
necessidades do povo trabalhador, em especial da juventude. E também a
manifestação em frente à assembleia legislativa – onde os manifestantes deram
as costas para os ditos representantes do povo, que não representam o povo.
É impossível não se
entusiasmar com o frescor e rebeldia de uma juventude que não esta disposta a
viver em um estado dominado por duas oligarquias que se revezam no governo,
atendendo aos mesmos interesses, os interesses da classe dominante, os
interesses da burguesia. Na minha infância cansei de ouvir da população o
argumento de que votavam no Siqueira Campos por que – ele rouba, mas faz.
Infelizmente esse conformismo fortaleceu um grupo político que há décadas
domina o executivo, legislativo e judiciário do Tocantins, que governa para uma
minoria deixando a maioria da população na miséria.
No entanto essa mentalidade
tem mudado, sobretudo por que a juventude trabalhadora tem tomado em suas mãos
o papel de ser protagonista nas lutas populares desencadeada no estado. 19 mil
desses jovens irão às urnas pela primeira vez (segundo dados da justiça eleitoral), muito deles irão sem nenhum
entusiasmo, pois não se veem representados pelas organizações políticas
tradicionais – que em vez de potencializar, castra os sonhos desses jovens.
Mesmo assim, muito desses
jovens irão às urnas e votaram. Cabe por tanto as organizações revolucionarias
disputar a consciência desses jovens, para que estes fortaleçam as candidaturas
populares que lutam pelos direitos da classe trabalhadora e contra o
capitalismo. Mas para tanto é fundamental que esses jovens sintam-se
representados nessas candidaturas e não apenas se sintam representados, que
possam também fazer parte dessas candidaturas.
A juventude é com certeza um
dos segmentos que mais sofrem com as mazelas políticas que impera no Tocantins
– serviços públicos de péssima qualidade, falta de políticas públicas
especificas para juventude e oportunidades, ao contrario, em vez de atender os
anseios da juventude trabalhadora, criminalizam suas lutas. É, portanto
importante que as candidaturas populares assumam as bandeiras de luta da
juventude trabalhadora. As candidaturas da esquerda devem ter um caráter de
formação para despertar a consciência dessa juventude para necessidade de se
organizar e lutar para mudarmos a situação política, econômica e social no
Tocantins.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Conto: Um certo José
Por Pedro Ferreira Nunes
Após mais um dia de trabalho
José pega o ônibus de volta para casa, é o primeiro dos quatro que terá que
pegar para chegar à periferia onde mora. Há oitos anos desde que chegou do
interior que trabalha como faxineiro em um supermercado. Tinha mulher e quatro
filhos.
José nasceu e cresceu em uma
pequena cidade como muitas que existem no interior do nosso país. Não há
trabalho, não há infraestrutura, não há condições para se viver dignamente. Nem
se quer terra havia. A pequena chácara onde nasceu e cresceu juntamente com
seus irmãos teve que abandonar devido à construção de uma usina hidrelétrica
sobre o rio.
Quando morava na chácara mesmo
passando dificuldade conseguia tirar da terra o suficiente para viver com
dignidade, no entanto desde que fora obrigado a deixar sua terrinha passou a
sobreviver às duras penas naquela pequena cidade que não lhe dava nenhuma
condição para viver dignamente, assim ele juntou sua mulher e seus filhos e
decidiu partir dali em busca de uma vida melhor em um grande centro.
Assim que chegou naquela
cidade não teve dificuldade para arrumar um trabalho como faxineiro em um
supermercado, havia muita gente do interior trabalhando na capital, e os
trabalhadores de sua terra tinham a fama por ali de serem bons funcionários.
No entanto nem tudo eram
flores, o salario mínimo que recebia se quer dava para sobreviver, mal podia
pagar o aluguel do barracão onde morava com sua esposa e seus filhos, a comida
era escassa, não havia nenhuma mordomia, mesmo com a esposa de José o ajudando
com o seu salario de diarista.
José tinha a esperança de quem
sabe um dia comprar sua casa própria, mas como se o dinheiro que ganhava mal
dava para sobreviver? Passou se um ano, três, seis, já havia oito anos que
estavam ali, mas a vida não melhorava. José continuava pagando aluguel e
sobrevivendo com um salario de fome.
As vezes ele pensava na sua
terra, no interior onde vivera, na chácara onde crescera e teve que abandonar
para que o governo pudesse construir uma usina hidrelétrica para vender energia
e encher o bolso de dinheiro das elites locais. Pensava em voltar um dia, mas sabia
também que a vida por ali não seria fácil, naquela cidade pelo menos tinha
trabalho, não era grande coisa, mas era melhor do que nada.
José continuava a sua rotina,
tinha a esperança de um dia sair do aluguel, sua esposa já não tinha tanta
esperança assim e, portanto decidiu voltar para o interior com os filhos e
deixar José só ali. No dia em que ele chegou ao barracão em que morava e viu
que sua esposa havia o deixado, ele perdeu o chão, não podia acreditar, foi
para um bar bebeu todas, no outro dia não conseguiu ir para o trabalho.
No outro dia quando chegou ao
trabalho seu gerente deu lhe uma grande bronca e o fez assinar uma advertência
por ter faltado o trabalho, nos oito anos que estava ali ele nunca havia
faltado e mesmo assim na primeira vez que fizera levara uma grande bronca do
patrão e teve que assinar uma advertência.
José seguia no ônibus de volta
para o barracão onde morava de aluguel, sentia muita falta de sua mulher, de
seus filhos, queria tê-los a seu lado, sonhava um dia sair do aluguel e ter uma
casa própria. Ouvia a propaganda política do governo dizendo que estava
acabando o déficit habitacional, já havia oito anos que José havia assinado um
cadastro e nada de sua casa sair.
Passou se dez, vinte, trinta
anos e José continuava como faxineiro no chão daquele supermercado. Nunca mais
soube noticia de sua mulher, dos seus filhos, não voltou mais para terra onde
nascera e crescera, continuava morando de aluguel em um barracão, sozinho.
Após mais um dia de trabalho e
enfrentar o transporte caótico de volta para o barracão onde morava. José
tranca-se no seu quarto, deita em sua cama e adormece. Sonha com sua mulher,
com seus filhos, todos estão na cidade do interior onde ele nasceu e cresceu.
Vivendo felizes na pequena chácara de sua família.
José adormece profundamente e
já mais acorda novamente, enfim realiza o sonho de conseguir uma casa própria,
sete palmos de terra de onde já mais será tirado. No cemitério da cidade do
interior onde nasceu e cresceu, ali viverá eternamente ao lado de seus pais,
irmãos, mulher, filhos e amigos.
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