Viemos por meio deste nos manifestar com veemência
contra este projeto do governo federal, capitaneado pela ministra da
agricultura Kátia Abreu. Que atingirá um território de 73 milhões de hectares
que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. E serão atingidos
46 unidades de conservação, 35 áreas indígenas e 865 assentamentos de reforma
agrária.
Tal projeto denominado de “a nova fronteira agrícola
no Brasil” tem um objetivo claro, substituir o bioma natural do cerrado por
plantação de soja para ser exportada para a Ásia e a Europa. Tanto é verdade
que investidores da Ásia estão no Tocantins para conhecer e investir no
projeto. Além do fato de que as comunidades tradicionais terão suas terras
atingidas e acabaram sendo expulsas dos seus territórios. Pois foi isso que
aconteceu em outros projetos com o mesmo perfil a exemplo de áreas no Mato
Grosso e Campos Lindos no Tocantins.
Não nos iludimos com as promessas da ministra Kátia
Abreu a cerca do desenvolvimento econômico da região do MATOPIBA. Pois é fato
que as riquezas que serão geradas por este projeto encherá apenas os bolsos da
burguesia agrária e das transnacionais. Enquanto os povos tradicionais dessa
região ficaram na miséria e o bioma cerrado será completamente devastado.
Lamentamos também profundamente que setores da Universidade
Federal do Tocantins estejam apoiando este projeto extremamente nocivo ao meio
ambiente e as comunidades tradicionais – Subsidiando com pesquisas e abrindo as
portas da universidade para que sejam realizados eventos de divulgação do
MATOPIBA. E nesse sentido chamamos aqueles que não concordam com tal postura
dentro da UFT – estudantes, professores, técnicos administrativos a se
mobilizarem contra estre projeto.
Fazemos um chamado também a toda sociedade
tocantinense, especialmente aos militantes das causas sociais – ambientalistas,
camponeses pobres, indígenas, quilombolas a se organizarem e se mobilizarem
contra este projeto. Pois é tarefa de todos nós que lutamos por um modelo
agrícola pautado na agroecologia e na soberania alimentar nos mobilizar e lutar
contra este projeto de destruição do meio ambiente e usurpação das terras de
camponeses pobres, indígenas e quilombolas.
Coletivo de Estudantes Populares da Universidade Federal do Tocantins
Universidade Federal do
Tocantins, Campus de Palmas, 29 de Fevereiro de 2016.
Che Guevara