terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Destruição Ambiental





Destruição ambiental

Cortaram os pés de pequi
Destruíram os buritis.
Acabaram-se os tucuns
E também os muricis.

Não tem macaúba
Mangaba não há.
Não tem mais baru
E nem jatobá.

Cajuí já não tem
Tá difícil de achar.
Até mesmo os babaçus
Conseguiram acabar.

Só vejo soja e cana
Por todo o nosso cerrado.
Florestas de eucalipto
No resto pasto pra gado.

Até quando ficaremos
Parados e de braços cruzados.
Vendo a burguesia agrária
Destruir nosso cerrado?

Comunicação popular tocantinense perde um dos seus mais importantes representantes. Edson Pinheiro o popular ‘Xirle’ –Radialista e blogueiro faleceu no ultimo sábado.

Por Pedro Ferreira Nunes

Foi com profundo pesar que recebemos a triste noticia do falecimento de Edson Pinheiro Nunes no ultimo sábado (17 de janeiro) por um enfisema pulmonar em um hospital particular onde estava internado há alguns dias em Palmas. Sua morte tão repentina, ainda tão jovem, tinha apenas 38 anos, pegou-nos a todos de surpresa.

‘Xirle’ (como era popularmente conhecido) deixa-nos um importante legado e exemplo de alguém que dedicou toda a sua vida a construção da comunicação popular em Miranorte e região. Seja como radialista apresentando o jornal da radio 104,9 ou através do blog Fatos e Boatos que mantinha na internet. Sempre preocupado em divulgar as questões politicas, sociais, culturais e esportivas da sua região. Procurando dar voz ao povo das medias e pequenas cidade do Tocantins. Que quase sempre só ganha espaço na grande mídia nas paginas policiais.

Sem grandes patrocínios e muitas vezes tendo que tirar grana do próprio bolso Xirle nunca desistiu de lutar para que o seu povo tivesse um espaço para se expressar e divulgar sua opinião. Além de divulgar a vida social da Miranorte e cidades vizinhas, ele nunca se omitiu em denunciar os problemas políticos e sociais e buscar soluções para os mesmos, e por essa sua postura foi perseguido muitas vezes pelos poderosos da região. Um blog seu anterior foi hackeado e devido a ameaças teve que se exilar de Miranorte por algum tempo, mas conseguiu superar as ameaças e voltou para sua terra natal para se dedicar ao que tanto amava – a comunicação.

A morte de Xirle não ganhou nenhum espaço na grande mídia local, mas ao ser velado na câmara de vereadores de Miranorte podemos ver o quanto ele era importante para aquela cidade. No entanto isso ainda é muito pouco para alguém que fez tanto pela comunicação popular no Tocantins e em Miranorte, sobretudo.

Nós que acreditamos em uma comunicação alternativa, construída pelo povo e para o povo, não podíamos deixar de lamentar a morte de tão valoroso companheiro. E o nosso profundo pesar não é pelo fato de sermos parentes próximos (primos em primeiro grau), em termos crescido juntos, nas tantas vezes que nos encontramos na chácara dos nossos avós, das brincadeiras e lembranças que ficaram para sempre na nossa memoria. A maior tristeza é saber que pessoas como o Xirle que se dedica ao que acredita, mesmo contra tudo e todos são raros de serem achados.

Nesse momento de dor o nosso profundo pesar a seus familiares – Mãe, padrasto e irmãos e o nosso compromisso de continuar entrincheirado contribuindo na construção de uma comunicação alternativa no Tocantins, tal como ele fez tão bem. A comunicação popular tocantinense perde um dos seus mais importantes representantes, mas o seu exemplo continuará nos guiando. Que os miranortenses e o povo tocantinense em geral mantenham vivo o seu legado.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Conto: Emboscada

Por Pedro Ferreira Nunes

Era por volta das três da madrugada. Danilo estava acordado, Daniel seu companheiro dormia profundamente. De repente Danilo houve passos de alguém se aproximando, seu coração acelera – seria quem eles estavam esperando há tanto tempo?

- Daniel, Daniel. Acorda, tem alguém vindo ai.

Daniel acorda assustado e mais assustado ainda fica quando imagina o que está próximo a acontecer.

- Será que é ele?

- Não sei, se prepara.

- Sim é ele, é ele. É o Valdão.

Os passos se aproximam, era alta madrugada, mas era noite de lua bonita, estava tudo claro. Era impossível de não reconhecer a figura do Valdão – o nome falava por si só. Era um sujeito grande, maior ainda era a sua fama de valentão. No entanto os irmãos Danilo e Daniel estavam conscientes do que queriam fazer.

Valdão estava se aproximando do lugar onde os dois irmãos estavam amoitados, cada passo do valentão fazia o coração dos dois acelerarem mais ainda.

- É agora, vamos lá.

Valdão segue tranquilamente rumo ao rio. Seu parceiro de pesca já o esta esperando desde as duas horas, mas como sempre antes de ir para o seu compromisso Valdão passou na casa de uma das suas três amantes. Essa era a sua rotina. Ali naquela pequena cidade Valdão não tinha apenas a fama de valente, mas também de galã. Tinha três mulheres, as três ele havia tomado de outros, que não ousaram enfrentar Valdão por tamanha ousadia.

De repente ao passar por trás de uma moita de capim sente um golpe forte na cabeça por trás. Sem reação o valentão cai no chão. Daniel e Danilo não perdem tempo e o furam todo com peixeiras, em poucos minutos Valdão esta morto, sem que se quer ousasse alguma reação e muito menos conseguira ver o rosto de seus algozes. Foi tudo muito rápido.

Danilo e Daniel tremiam por dentro, seus corações continuavam acelerados. Eles haviam acabado de cometer um crime, imaginavam como haviam sido capazes de fazer aquilo. Mas o fato é que haviam.


Os dois irmãos pegaram o Valentão jogaram em uma canoa, remaram até o meio do rio, chegando lá amarrou uma pedra no pescoço desse e o jogou dentro do rio.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Poema: Avante camarada

Por Pedro Ferreira Nunes

Camarada chegue pra cá
precisamos conversar
vou preparar um bom mate
para a gente compartilhar.

Sei que as coisas não estão fáceis
e sempre tende a piorar
mas não podemos desistir
a luta não pode parar.

O partido se burocratiza
o sindicato foge da luta
o movimento cheio de oportunistas
tudo se resume a disputas.

Desse jeito a burguesia
não tem por que se preocupar
nós brigando entre nós
e eles a avançar.

Mesmo assim meu camarada
não podemos desistir
se for pra baixar as armas
é melhor nem existir.

Partidos vão e vem
movimentos e sindicatos também
mas a luta não pode parar
precisamos ir além.

Além dos que nos impõem
do que dizem ser possível
não aceitemos mordaças
lutemos pelo impossível.

Tenho plena certeza
já mais nos calaram
sigamos entrincheirados
lutando pela revolução.

Sigamos lutando
no sindicato ou no partido
se for preciso se sacrificar
sim, eu me sacrifico.

Só o que não podemos
é deixar o sonho morrer
de que um mundo novo
haverá de nascer.

Nascer da nossa luta
contra o capitalismo
fazendo revolução
rumo ao socialismo.

O processo de antirreforma agrária do PT, Dilma Rousseff e Kátia Abreu.

“Tô cagando pra vocês” – Diz Kátia Abreu sobre o protesto dos movimentos sociais a sua indicação ao ministério da agricultura.

*Por Pedro Ferreira Nunes

Ok, ok, não foram essas exatamente as palavras da nova Ministra da Agricultura do governo Dilma (PT). Em entrevista para o Jornal do Tocantins e Radio CBN quando questionada sobre as manifestações dos movimentos sociais a sua indicação para o ministério da agricultura a ‘nobre’ senadora Katia Abreu (PMDB) declarou que como ministra da agricultura o seu papel ‘é atender a quem tem terra, quem produz, é a estes que ela deve satisfação’. Já quem esta lutando por terra deve tratar com o ministério do desenvolvimento agrário. Por tanto para bom entendedor... O recado dela foi claro.

A missão de inserir a pequena agricultura na cadeia do agronegócio

Segundo Kátia Abreu a sua principal missão a frente do ministério da agricultura será de inserir a pequena agricultura (agricultores familiares e camponeses) na produção voltada para logica de mercado do agronegócio. Superando assim, a produção voltada para subsistência. Nesse sentido a nova ministra da agricultura ressaltou a importância da lei nacional de assistência técnica e extensão rural aprovada pelo governo que dará a possibilidade do sistema S entrar com força no campo brasileiro.

É por tanto a consolidação do processo de antirreforma agraria sob o governo Dilma (PT) denunciado com veemência pelos saudosos Dom Tomas Balduíno e Plínio de Arruda Sampaio. Que consiste em capitular a agricultura familiar e camponesa para logica de produção do agronegócio. O que vai totalmente contra a logica de produção defendida pelos movimentos populares do campo que defendem uma produção voltada para agroecologia, soberania alimentar e preservação ambiental.

Para Kátia Abreu não é necessário criar novos assentamentos, mas fazer os que já existem tornarem-se produtivos para que sejam inseridos no mercado, com a logica deste. No Tocantins este projeto tem se consolidado nos últimos anos com Kátia Abreu entrando em nome do governo federal em áreas de assentamento com o programa ‘Minha casa, minha vida rural’ e com o Pronatec Rural implementado pelo Sebrae.

Para consolidar o projeto de antirreforma agrária no Brasil, Dilma Rousseff não poderia escolher um nome melhor. Kátia Abreu comanda há vários anos a principal organização ruralista do Brasil, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foi uma das principais articuladoras pela aprovação da reforma do código florestal que beneficia os grandes produtores, articulou uma CPMI no congresso nacional com o objetivo de criminalizar os movimentos de camponeses sem terra e ferrenha defensora do uso de transgênicos e agrotóxico na produção de alimentos.

Para senadora pobre deve comer sim alimentos produzidos com agrotóxico, pois sua produção é mais barata – é fato que isso pode gerar doenças graves, mas para nova ministra da agricultura o que importa é o lucro.

Financiada pela construtora OAS com um montante de 925.000.00 (empresa responsável pelo clube de empreiteiras que surrupiaram os cofres da Petrobrás nos últimos anos como aponta investigações da policia federal) na disputa por uma vaga ao senado. É também acusada de grilagem de terras de camponeses pobres no Tocantins, como aponta artigo escrito por Dom Tomas Balduíno em 2012. E processada no supremo tribunal federal por usar talões da CNA pedindo contribuição para agricultores para financiar campanhas eleitorais com o brasão da república.

Suplente de Kátia Abreu é ex-presidente do PT do Tocantins

Vários setores ligados ao PT protestaram com a indicação de Kátia Abreu (PMDB) para assumir o ministério da agricultura. No entanto tais manifestações não passam de farsa, é apenas jogo de cena para agradar os movimentos sociais que ainda tem ilusão no governo petista.

Pois tal intenção já estava explicita quando Kátia Abreu deixou o PSD para ir para o PMDB (partido que historicamente comanda o ministério da agricultura), segundo ela atendendo aos pedidos do vice-presidente da republica Michel Temer e a um projeto nacional. Como também a aproximação de Katia Abreu com o governo Dilma, inclusive sendo a porta voz dessa em áreas de assentamento no Tocantins e outros estados.

Mas, sobretudo pelo fato do primeiro suplente de senador de Kátia Abreu ser do PT, Donizete Nogueira é ex-presidente do partido no Tocantins. Por tanto esta muito claro que a direção do PT sabia muito bem da intenção da presidente Dilma de fazer de Kátia Abreu sua ministra da agricultura. Si omitiram isso, ou fizeram cara de surpresa foi pura e simplesmente por jogo de cena.

Fazer do Tocantins o principal ponto de logística do agronegócio brasileiro

A declaração também é da senadora e agora ministra da agricultura Katia Abreu. O Tocantins esta localizado em um território extremamente estratégico para o agronegócio brasileiro. É hoje o principal corredor de escoação da produção do campo brasileiro na região norte, nordeste e centro-oeste. O objetivo dos ruralistas é baratear este transporte com a conclusão da ferrovia norte sul, a duplicação da BR-153 e a construção da hidrovia Tocantins-Araguaia.

Por tanto o nome de Kátia Abreu para o ministério da agricultura, uma senadora de um estado que não tem grande força politica e econômica no cenário nacional não é mero acaso. Mas atende aos interesses de uma elite agrária que consolida e avança sua força no meio rural brasileiro. E que para tanto o Tocantins é extremamente estratégico.

A luta por reforma agrária continua. Na lei ou na marra!

Para nós militantes das causas sociais, que nos entrincheiramos no Tocantins na luta por uma reforma agrária de fato neste país. Não vemos motivos para festa. Não há o que comemorar pelo fato de Kátia Abreu ser a primeira tocantinense a ocupar um ministério ou por ser a primeira mulher ministra da agricultura do Brasil.

Não, não temos motivos para sentir orgulho de uma figura que não serve aos interesses do povo tocantinense, mas sim a uma pequena elite agraria. Kátia Abreu no ministério da agricultura deve ser encarado pelos movimentos campesinos que não se venderam e nem se corromperam como uma declaração de guerra do atual governo a reforma agrária.

Por tanto povos do campo, das águas e das florestas uni-vos!

“A reforma agrária radical é a única que pode dar a terra ao camponês”.
Ernesto Che Guevara


*Pedro Ferreira Nunes é Educador Popular e Militante do Coletivo José Porfírio.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Cronica: O Tempero de vovó

Por Pedro Ferreira Nunes

Fazia quase três anos que não ia à chácara dos meus avós. Não por morar distante ou falta de oportunidade, ao contrario, hoje moro a meia hora de carro, quase no terreiro da casa deles. Há dois anos tinha até a justificativa de que morava em outro estado, mas agora não.

O fato é que pra mim tem sido sempre muito emocionante reencontrar lembranças da minha infância. Lembro-me da ultima vez que estive com meus avós, na hora de me despedir chorei, chorei tão caudalosamente, tal como uma criança que foi preciso que meu avô viesse me consolar. Mesmo assim segui chorando por boa parte do caminho.

Carrego comigo o desejo que as coisas da minha infância se conservem tal como eram. No entanto para minha tristeza, a vida não é como á musica do Roberto Carlos ‘o portão’ que sai pelo mundo e quando volta encontra tudo como deixou. Para minha tristeza vejo que muita coisa se perdeu, outras como é natural envelheceu.

Mas enfim após três anos sem pisar o pé na chácara dos meus avós decidi ir lá, é claro, não sem muita insistência de minha mãe. Como passo muito tempo sem ir aos lugares qualquer mudança já mexe comigo, assim quando desci do ônibus já fui me incomodando pelo fato de terem construído outra estrada.

Quando cheguei à chácara fui recebido com muita alegria pelos meus avós. Mas não podia deixar de ficar incomodado com tantas mudanças que ocorreram por ali. As mudanças me teletransportavam para minha infância, ai eu reconstituía na memoria a velha chácara. Mas de repente eu voltava para realidade e via o quanto eu havia envelhecido, como as coisas haviam mudado tanto por ali. Menos o carinho dos meus avós.

O que também não havia mudado era o tempero da comida de vovó. Quando fui almoçar fiquei surpreso. Minha avó havia feito uma curimatá cozida. Quando experimentei, lembrei-me da minha infância. Dai imaginei comigo – o tempero da minha avó tem gosto de infância.

Comi como há muito não comia peixe cozido, quem me conhece sabe que sou amante de frituras. Mas o tempero de minha vó é tão gostoso e me faz lembrar momentos tão especiais de minha infância – das férias escolares, das brincadeiras e aventuras que vivíamos ali quando se reunia toda a primaiada, que é impossível resistir.

Muita coisa mudou, eu mesmo tornei-me bem diferente da criança tímida que era (a timidez continua). E a criança que fui ainda mora dentro de mim. Talvez por isso que a camarada Maria Clara diz que tenho um olhar de menino.

As mudanças geralmente me incomodam, sobretudo por que nem sempre as coisas mudam para melhor. Ao contrario, o que é ruim geralmente se conserva e o que é bom vai se perdendo. No entanto o tempero de minha avó me fez recordar do meu tempo de criança. E que tempos foram aqueles. Tempos de muitas felicidades, onde não tínhamos preocupações, tempos que nos deixaram muitas saudades. Mas que lamentavelmente não voltaram, não voltaram.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Decisão judicial com base em informações mentirosas deferiu pela suspensão do fornecimento de água e energia para uma família de posseiros de uma área devoluta no município de Lajeado do Tocantins.


Nota de repudio

“Os poderosos podem matar uma, duas, ou três rosas, mas já mais conseguirão deter a primavera inteira.”

Ernesto Che Guevara

Causou-nos indignação à decisão do excelentíssimo senhor juiz de direito Luiz Astolfo de Deus Amorim que deferiu, no dia 25 de novembro de 2014 (Autos nº: 0023085-61.2014.827.2729). Ação em favor do Senhor João Antônio dos Santos para que fosse suspensa a prestação de serviços de água e energia a uma área pública no município de Lajeado a qual o senhor João Antônio dos Santos diz lhe pertencer. No entanto a tal área é ocupada há vários anos por uma família de posseiros daquela cidade.

A justificativa para suspensão do fornecimento de água e energia seria por que a família que ocupa a área não tem efetuado corretamente o pagamento das faturas dos serviços prestados, o que segundo o senhor João Antônio e a decisão do juiz Luiz Astolfo têm causado prejuízo ao dito proprietário, sendo que inclusive o seu nome tem ido parar em cadastros de proteção ao credito.Com isso o juiz estabeleceu que tanto a CELTINS como a SANEATINS suspendesse no prazo de 48 horas o fornecimento de água e energia da área localizada no setor Aeroporto no Município de Lajeado. O corte do fornecimento de energia aconteceu no sábado (29 de novembro) pela manhã e a suspensão do fornecimento de água ocorreu na quarta-feira no dia 03 de dezembro.

Decisão judicial tomada com base em justificativas mentirosas

Tanto as informações como as tais provas apresentadas pelo senhor João Antônio dos Santos a justiça são mentirosas. A família que ocupa a área desde 2005 tem em mãos todos os documentos que comprovam que os serviços de água e energia vêm sendo pago regulamente. O que também pode ser facilmente confirmado através de uma declaração da CELTINS e da ATS. Por tanto é mentirosa a informação de que o nome do senhor João Antônio dos Santos tem indo para o serviço de proteção ao credito devido ao não pagamento dessas faturas. O mais absurdo ainda é que a conta de energia esta no nome da família que atualmente ocupa a área o que contraria totalmente os argumentos do senhor Juiz de direito Luiz Astolfo de Deus Amorim.

Outro caso que nos causou bastante estranheza foi o fato da decisão ter sido deferida por um juiz de uma comarca diferente da que o município de Lajeado esta localizada. O documento também não tem a assinatura do juiz e nem a vara civil ao qual o juiz de direito presta serviço. Diante disso a família que atualmente mora na área e tem efeituado corretamente o pagamento das faturas de água e energia procurou a defensoria pública para que esta entre com liminar para suspender tal ação judicial absurda.

Não é a primeira vez que o senhor João Antônio dos Santos tenta de forma arbitraria suspender a energia da tal área em Lajeado. Ainda no mês de setembro sem comunicar à família que mora na área, o senhor João Antônio foi até a CELTINS transferiu a conta de energia para seu nome e em seguida solicitou o seu desligamento. Causando um grande transtorno para família que lá vive inclusive com criança pequena.

O objetivo do senhor João Antônio está claro – é expulsar a família que lá vive e que reivindicam a posse definitiva da área legitimamente. Área esta que o senhor João Antônio diz lhe pertencer. No entanto a prefeitura de Lajeado e cartório local afirmam que a tal área em questão esta em processo de legalização, não há registro da mesma, é uma área devoluta do município, que, portanto pertence a quem lá vive aproximadamente a 10 anos. Como não tem nenhum documento que comprava que o senhor João Antônio é o proprietário legitimo da área, o mesmo tem se utilizado de ações criminosas, falsificando documento e apresentando provas mentirosas com o objetivo de se apropriar de um terreno que não lhe pertence. Bem como aterrorizando a família que lá esta legitimamente.

Diante disso, nós do Coletivo José Porfírio vemos a publico mostrar nossa indignação perante tal acontecimento. Exigimos que tal decisão judicial pautada em informações mentirosas seja suspensa imediatamente, e que o fornecimento de água e energia sejam garantidoà família que lá vive e que tem cumprido o seu papel pagando as faturas em dia. Conclamamos também as autoridades municipais e estaduais a punirem os responsáveis por tais crimes que vem sendo praticado contra a família de posseiros da área devoluta no setor aeroporto pertencente ao município de Lajeado.Não duvidamos que aqueles que se apropriaram de documentos falsos, que prestam informações mentirosas para justiça, o que pode ser comprovado facilmente, tentem ações mais ousada contra os ocupantes da área. Assim é de responsabilidade única e exclusiva das autoridades municipais e estaduais qualquer ação mais grave que venha acontecer com a família de posseiros da área devoluta no setor Aeroporto no município de Lajeado.

Por fim fazemos um chamado a todas as organizações da classe trabalhadora do campo e da cidade, de norte a sul do Brasil, a fazerem moções em apoio à luta dessa família de posseiros que legitimamente lutam pela posse definitiva dessa área devoluta, enviando-as para as autoridades municipais. Como também moções de repudio as ações criminosas que vem sendo cometido contra a família de posseiros com a anuência da justiça e omissão do poder público municipal.Nós do Coletivo José Porfírio damos nosso incondicional apoio à luta da família de posseiros, bem como afirmamos o compromisso de continuar acompanhando este caso e denunciando os abusos que por ventura venham a ser cometido por quem quer que seja.

Lajeado-TO, 09 de Dezembro de 2014.

Coletivo José Porfírio – Construindo a luta do povo trabalhador do campo e da cidade.
Endereço: Rua Paulino, Marques, S/nº, Qd-23, Lt-23, Setor Aeroporto, Lajeado-TO.

Contatos: 63-84946840. E-mail: pedro-ferreira2000@hotmail.com