Mauro Iasi
Enquanto ás organizações populares e sindicais, além
é claro de partidos de esquerda realizavam em vários cantos do país
manifestações no dia 1º de maio – contra o ajuste fiscal de Dilma/Temer e em
defesa dos direitos dos trabalhadores. Em Palmas o Partido Socialismo e
Liberdade estava realizando um encontro para definir as pré-candidaturas da
legenda para as eleições municipais na capital tocantinense.
Tal fato mostra de forma latente a logica de
funcionamento do PSOL no Tocantins. Um partido de esquerda que se move pela
logica eleitoral. Tanto é verdade que desde as eleições de 2014 o partido
estava completamente sumido do cenário politico tocantinense. Nesse meio tempo
não vimos uma nota se quer do partido ou de membros de sua direção a cerca dos
ataques do governo Marcelo Miranda (PMDB) e do prefeito Amastha (PSB) contra os
trabalhadores.
A omissão tem sido a principal característica do
PSOL frente às diversas manifestações e mobilizações da classe trabalhadora no
Tocantins. Um partido que é referencia a nível nacional na defesa intransigente
dos direitos dos trabalhadores e no combate a corrupção. No Tocantins não tem a
capacidade se quer de fazer uma notinha em apoio aos que estão nas trincheiras
da luta de classes.
E olha que não foram poucas as lutas que tivemos no
ultimo período no Tocantins, por exemplo, a greve na educação na rede estadual
e na rede municipal de Palmas. Dos servidores da saúde, na segurança pública,
no quadro geral de servidores públicos estaduais, na UFT, contra o aumento da
passagem do transporte coletivo, contra o auxilio moradia para deputados e o
poder judiciário, contra a PEC 215 nos jogos mundiais indígenas, contra o
MATOPIBA, contra o ajuste fiscal do governo Marcelo Miranda e dos ataques à
educação pelo prefeito Amastha. Além é claro da luta continua do movimento sem
terra e dos trabalhadores sem teto.
Não dá para negar o papel importante que o PSOL
desempenha a nível nacional articulando e participando ativamente nas
principais lutas em defesa do povo trabalhador. Com uma militância aguerrida e
figuras públicas de referencia como Chico Alencar, Glauber Braga, Marcelo Freixo,
Renato Roseno entre outros. Mas no Tocantins, graças a uma direção degenerada,
o partido nada se diferencia dos demais. Aparece apenas no período eleitoral
para depois desaparecer do mapa. Aliás, podemos dizer o mesmo do PCB e do PSTU.
Diante disso não é de se admirar que no dia do
trabalhador, que deveria ser um dia de luta. O PSOL-TO estivesse fazendo uma
espécie de convenção eleitoral. Não precisa de argumento maior para provar que por
essas bandas o partido das lutas e da rua foi convertido em partido das urnas.
Como também a indicação de Cassius Assunção (presidente regional da legenda,
antes era a sua esposa) como pré-candidato do partido a prefeitura municipal de
Palmas mostra que não existe democracia no interior do PSOL-TO, mas sim uma
espécie de ditadura do clã Assunção.
Esse é infelizmente o triste retrato de um partido
de esquerda no Tocantins. Ou melhor dizendo dos partidos de esquerda. E como
reflexo disso vemos a pífia votação que o partido teve nas últimas eleições. O
numero de votos nulo foi bem superior aos votos dos candidatos do PSOL e PCB
juntos. Um fato que se repetirá nas eleições municipais desse ano.
E a responsabilidade maior por esse quadro
catastrófico é da direção nacional do PSOL que entregou o partido a nível
regional nas mãos de figuras oportunistas. Se essa direção não for sacada o
quanto antes o PSOL-TO continuará na lata de lixo – servindo apenas para
barganhas politicas daqueles que o dirigem regionalmente.
Pedro Ferreira Nunes é educador popular e
militante do Coletivo José Porfírio
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