“Os
poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais
conseguiram deter a primavera inteira”.
Ernesto
‘Che’ Guevara
Foi
com extremo pesar que nós do Coletivo José Porfírio – recebemos
a noticia do assassinato de mais um camponês pobre por jagunços no
Tocantins. Tal assassinato reflete muito bem o caráter violento da
burguesia agrária tocantinense. Violência que tem aumentado no
último período graças à omissão por parte do Estado e da
impunidade por parte da justiça.
A
Comissão Pastoral da Terra aponta que desde o inicio de 2016 já
foram registrados cinco casos de ataques a diferentes comunidades por
pistoleiros a mando de grileiros. Dentre eles, o assassinato de uma
liderança da ocupação Gurgueia, no município de Araguaína. Com a
paralização da reforma agrária e o avanço do agronegócio, mas,
sobretudo pela impunidade – tais casos de violência contra
camponeses pobres, indígenas e quilombolas tende a se multiplicar.
Luiz
Jorge de Araújo é mais uma vitima da bala genocida dos
latifundiários tocantinenses – Pai de família, com 56 anos de
idade. Foi assassinado no seu barraco na comunidade do Boqueirão,
município de Wanderlândia. Por quatro jagunços armados. Não é o
primeiro e infelizmente não será o ultimo. Pelo menos não enquanto
não se encarar como se deve a questão dos conflitos no campo –
como caso de politica e não de policia. Como uma expressão da
questão social e não com criminalização. E tudo isso passa pela
realização de uma reforma agrária de fato nesse país.
E
por isso conclamamos aos setores progressistas da sociedade
brasileira – não deixem o sonho da reforma agrária ser
assassinada – por que a questão campesina, indígena e quilombola
têm estado em segundo plano nos programas e nos pontos de pauta das
reivindicações das organizações de esquerda? Não aceitemos a
imposição de que uma reforma agrária não é mais possível nesse
país. Pois temos convicção de que ela não é só possível como
também necessária – e a morte de Luiz Jorge Araújo mostra muito
bem essa necessidade. Que o seu exemplo possa nos inspirar a
continuar entrincheirados na luta pela democratização do acesso a
terra nesse país.
Por
fim nós do Coletivo José Porfírio gostaríamos de nos solidarizar
com os familiares e os companheiros de luta de Luiz Jorge Araújo.
Como também repudiar o aumento da violência no campo por parte do
agronegócio tocantinense. É inadmissível que estes crimes contra
camponeses pobres continuem sem uma solução por parte das
autoridades regionais e nacionais. Por isso exigimos do governo
Estadual, do governo Federal e dos órgãos legislativos e
judiciários a punição exemplar dos responsáveis por mandar e
cometer tal crime.
Pedro Ferreira Nunes
Pelo Coletivo José Porfírio
Lajeado-TO,
11 de Agosto de 2016.
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