Nesta sexta-feira (09/06) a comunidade acadêmica da
Universidade Federal do Tocantins (nos seus setes campus) vai novamente as
urnas para escolher reitor e vice que comandará a principal universidade do
nosso estado no próximo período. Logo é importante a participação de toda a
comunidade acadêmica para garantir que os futuros ocupantes da reitoria tenham
o aval de todos os seguimentos da universidade, isto é, estudantes, professores
e técnicos administrativos.
Nesse sentido a consulta eleitoral é importante,
pois mesmo se tratando de uma consulta informal – onde estudantes, técnicos
administrativos e professores tem paridade no voto, é onde de fato definirá os
eleitos para reitoria, já que caberá ao Conselho Universitário posteriormente,
apenas homologar a decisão da comunidade acadêmica. Sendo assim, não podemos
boicotar o processo, pois queiramos ou não, haverá consulta eleitoral, e o
resultado dessa consulta eleitoral será homologada mesmo que apenas um segmento
da universidade, no caso os técnicos administrativos, joguem peso. Pois são de
fato, os que mais estão se mobilizando.
Fazemos esse alerta por que fomos um dos que desde o
inicio questionamos o porquê de um processo eleitoral tão importante como esse
ser feito á toque de caixa. Quando estamos finalizando um período letivo no
caso de Palmas, quando alguns cursos e alguns campus já estão em recesso,
quando boa parte dos estudantes e professores já estão com a cabeça nas férias.
Mas o fato é que apesar de todos os questionamentos, tanto por parte dos
estudantes (que se posicionaram publicamente através de uma nota assinada por
31 entidades estudantil do interior e da capital) como dos professores através
do SESDUFT, o fato é que a campanha eleitoral esta a todo vapor. E boicotar
para tentar reverter posteriormente na justiça não nos parece ser o melhor
caminho. É prolongar uma situação de incerteza que só prejudica toda a
comunidade acadêmica.
Viver
a UFT ou UFT Forte?
Duas chapas disputam as eleições para reitoria da
Universidade Federal do Tocantins. A chapa “Viver a UFT” com o número 11,
composta pelos professores Bovolato e Ana Lúcia, reitor e vice-reitora
respectivamente. E a chapa “UFT Forte” com o número 22, composta pelos
professores Adão e Márluce Zacariote, também reitor e vice-reitora
respectivamente.
Todos estes faziam parte do mesmo grupo dentro da
UFT e, por conseguinte defendiam o mesmo projeto de universidade. Por exemplo,
Bovolato já foi diretor do Campus de Araguaína e foi eleito vice- reitor na
ultima consulta eleitoral ao lado da professora Isabel Auler. Aná Lúcia é
atualmente a diretora do campus de Palmas. Adão foi secretário de educação no
primeiro ano do governo Marcelo Miranda (nessa atual gestão) e Marluce
atualmente é pró-reitora de comunicação da UFT. Todos são oriundos da antiga
Unitins.
O que aconteceu para que esse grupo se dividisse em
dois? A disputa eleitoral tem mostrado que se trata mais de uma briga pelo
poder do que por projetos diferentes de universidade.
E quem sai na frente é a chapa “Viver a UFT”, não
por que é o suprassumo da Universidade Federal do Tocantins, mas por que o
outro lado consegue ser pior. O professor Adão trás no currículo uma gestão
fracassada a frente da secretária estadual de educação e conta com o apoio do
ex-reitor Márcio da Silveira responsável por uma operação da Policia Federal no
campus de Palmas e de se silenciar diante das agressões de seguranças da Kátia
Abreu a estudantes dentro do campus. Com um apoio desses a chapa “UFT Forte”
tem mais a perder do que ganhar. Porém com uma campanha eleitoral que tem sido
travada, sobretudo no campo virtual, não dá para decretar a vitória de ninguém
de forma antecipada.
Construir
uma Alternativa de Esquerda na UFT para o próximo pleito eleitoral
Para além do atual processo eleitoral é necessário
que os setores de esquerda, coerente e consequente, se organizem para oferecer
a comunidade acadêmica um projeto alternativo de universidade. Pois é fato que
os dois grupos atuais que disputam a reitoria não representam um projeto
alternativo, mas a continuidade de um projeto em curso desde a criação da UFT.
Enquanto não nos unificarmos para construir essa alternativa continuaremos a
reboque, sem força para enfrentar as elites que no final das contas é quem tem
definido quais os rumos da Universidade Federal do Tocantins. O que é um tanto
arriscado, sobretudo na conjuntura de sucateamento das universidades públicas
e, por conseguinte de sua privatização.
Mais do que nunca precisamos de uma alternativa que
afirma a necessidade de uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Essa
alternativa que deve ser verdadeiramente de esquerda, não é só necessária como
possível. Exemplo maior foi à vitória do professor André Luiz para direção do
campus de Miracema, derrotando um grupo que comandava aquele campus quando
ainda se tratava da Unitins. No entanto essa alternativa não é algo que se
constrói do dia para noite. Por tanto precisamos começar o quanto antes
construir esse projeto alternativo que vai muito além da mera disputa por
cargos na estrutura burocrática da universidade. Mas que seja sobretudo um polo
de transformação da sociedade atual.
Pedro
Ferreira Nunes é da Coordenação Geral do Centro Acadêmico de Filosofia da
Universidade Federal do Tocantins – CAFIL/UFT.
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