terça-feira, 25 de setembro de 2018

Breve comentário sobre as eleições para o governo do Tocantins: Pesquisas eleitorais.

Se as pesquisas eleitorais estão certas as eleições para o governo do Tocantins caminham para serem decididas no primeiro turno com a reeleição do atual governador – Mauro Carlesse (PHS). O problema é que as pesquisas eleitorais no Tocantins não são muito confiáveis. É só lembrar do que estas mesmas pesquisas apontavam na eleição suplementar. De modo que ao invés de comemorar é bom a frente governista colocar a barba de molho.

É fato que Carlesse saiu fortalecido da eleição suplementar não só por ter saído vitorioso, mas pela forma com que essa vitória se efetivou – com larga vantagem em relação ao segundo colocado. Uma vitória contrariando as pesquisas eleitorais que num dado momento lhe colocavam na quarta colocação. Com a máquina pública na mão não foi difícil construir uma coligação forte para disputar as eleições regulares. O difícil seria conseguir arrumar vaga para tanta gente. 

Difícil não, missão impossível. Com isso os descontentes tiveram que pegar o chapéu e ir buscar um assento em outro lugar. Mas apesar dos atritos a candidatura de Carlesse segue firme – com as pesquisas eleitorais apontando sua vitória no primeiro turno.

A candidatura de Carlos Amastha (PSB) tem se configurado como a única capaz de fazer frente a Mauro Carlesse – também é o que apontam as pesquisas. E sem dúvidas, mesmo com a derrota na eleição suplementar. O colombiano conseguiu construir uma coligação forte que lhe deu mais capilaridade. E isso refletirá na sua votação. Se essa votação será suficiente para levar a disputa para o segundo turno é difícil dizer. Porém se conseguir esse feito, que me parece ser bem provável, sairá mais fortalecido ainda para uma disputa de segundo turno.

A chapa governista por sua vez ficará com o sentimento de derrota, pelo fato da peleja não encerrar no primeiro turno. 

Ora, se tem algo que tem marcado a política tocantinense é a imprevisibilidade. O próprio Carlesse é fruto desse fenômeno. Antes da cassação do mandato de Marcelo Miranda ele não aparecia com o mínimo de chance de se tornar governador do Tocantins. De modo que é sempre recomendável uma boa dose de precaução para não se deslumbrar diante do que ainda não está dado. Afinal de contas como recomendam nossos avós “precaução e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém”.

Aliás, esse é um ponto que vem sendo levantado por comentaristas políticos que acompanham o dia a dia dos bastidores da política tocantinense. Esses comentaristas alertam que o clima de já ganhou na base governista pode atrapalhar a eleição de Mauro Carlesse no primeiro turno. Fazendo um paralelo com o futebol dizem que o jogo não acaba antes de terminar. E pontuam a capacidade de Amastha surpreender levando a eleição para o segundo turno. Porém deslumbrados pelos números das pesquisas eleitorais tais alertas são ignorados pela chapa governista.

A questão é que como já pontuamos – as pesquisas eleitorais nem sempre trazem resultados confiáveis – sobretudo no Tocantins. Mas é claro que aqueles que são favorecidos pela pesquisa não deixaram de utiliza-la no intuito de influenciar o eleitor indeciso. Até ai tudo bem. Tentar iludir o eleitor faz parte do jogo político, o problema é se autoiludir. Já os candidatos que não aparecem tão bem nas pesquisas lhes restam desqualifica-la.

O fato é que as pesquisas atendem certos interesses de modo que é preciso analisa-las criticamente. É preciso observar quem são as organizações por trás dessas pesquisas e os interesses que representam. Há claramente por parte dessas empresas que recomendam pesquisas eleitorais, não o interesse de informar a população, mas controlar o processo. Inclusive influenciando diretamente no voto do eleitor.

Diante disso nos cabe citar o que diz Sonia Guajajara candidata a co-presidência da república pelo PSOL: “Uma eleição não pode ser vista como uma corrida de cavalo que se aposta em quem ganha. É preciso conhecer os projetos e votar naquilo que acredita”. Afinal de contas a eleição não tem um fim em si mesma. A questão é o que vem depois – e o que virá depois dependerá de quem elegermos.

Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Militante do Coletivo José Porfírio. Estuda Filosofia na Universidade Federal do Tocantins.

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