Ontem eu vi o Comandante,
Comandante Che Guevara.
Não sei se foi um delírio,
ou se eu sonhava.
Foi num acampamento,
na margem de uma estrada.
Com uma cuia de Mate,
numa conversa animada.
Eu quis ouvir a conversa,
do grupo me aproximei.
Ele contava histórias,
que já mais esquecerei.
Aventuras da juventude,
de moto pela América do Sul.
Da guerrilha em Cuba,
na Bolivia e no Congo.
Falou da guerra de guerrilha,
da essência da luta guerrilheira.
Da importância do campesinato,
numa revolução verdadeira.
Falou da necessidade,
de derrotar o imperialismo.
Forjar o homem novo,
construir o socialismo.
Disse que construir o socialismo,
não é tão simples assim.
Erros serão cometidos,
mas não significa o fim.
Quanto ao homem novo,
falou que é preciso ter.
Audácia intelectual,
para fazê-lo nascer.
Diante da sua figura,
estavam todos hipnotizados.
Ele parecia uma divindade,
um ser encantado.
Podia ficar muitas horas,
ouvindo ele falar.
Acerca das suas histórias,
e das suas ideias.
Mas ele com um sorriso,
de todos se despediu.
Montou numa motocicleta,
e na estrada sumiu.
Para onde ele foi ao certo,
ninguém soube me dizer.
Mas me indicaram,
aonde deve ser.
Onde tem povo resistindo,
contra qualquer opressão.
Seja no campo ou na cidade,
seja em qualquer nação.
Foi então que entendi,
o que o Yupanqui quis dizer.
"Que algumas pessoas morrem,
para voltar a nascer".
Pobre dos seus assassinos,
dos que tentam lhe matar.
Quanto mais o assassinam,
mais forte ele nascerá.
Foi o que percebi,
no encontro que tivemos.
Na margem de uma estrada,
num humilde acampamento.
Por Pedro Ferreira Nunes -
Casa da Maria Lúcia. Lajeado - TO. Lua Crescente. Inverno de 2019.
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
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