sexta-feira, 11 de junho de 2021

Resenha crítica: Morte no Atlântico Sul

Um jovem casal se conhecem no litoral catarinense e se apaixonam perdidamente. Ele – um argentino, introvertido, que vive com sua mãe no país de Dieguito Maradona. Ela – uma estudante brasileira, romântica, que vive com os pais e um irmão. Para viver esse amor precisaram superar algumas barreiras: a timidez, a distância e a Guerra.

Eis ai em resumo a trama que o autor Pedro Alberici nos apresenta no romance “Morte no Atlântico Sul”. Uma obra publicada em espanhol no ano de 1987 com o título de “La história de Andrés”. E em português no ano de 1988, com o presente título. 

Estando na sua 10° edição(Editora Veloso), é a obra mais conhecida desse escritor carioca que morou por alguns anos em Santa Catarina, mas desde 2004 reside no Tocantins. Com uma vasta produção literária que perpassa por diversos gêneros, Alberici tem se tornado uma referência quando se fala em literatura produzida no Tocantins.

Em “Morte no Atlântico Sul”, o autor nos leva a uma viagem pelo litoral catarinense onde tem início a estória de amor de Andrés e Elita. Como já dissemos no início, ele é um jovem solitário argentino e ela uma estudante brasileira. Para viver essa estória eles precisaram vencer a timidez que impede que um fale o que está sentindo pelo outro – o que também contribuirá para esclarecer maus entendidos. Precisaram vencer a barreira territorial, pois vivem em países diferentes, apesar de não muito distante. E por fim, precisaram sobreviver a guerra.

A obra tem um pé no realismo e outro no romantismo. Mas eu diria que pende mais para o segundo. Nem tanto em relação ao estilo de escrita, mas sim a partir de uma análise da subjetividade da obra. Há uma idealização de uma espécie de amor puro. Há até mesmo uma idealização do lugar onde se passa a maior parte da estória – como se fosse o paraíso. Tanto que mesmo com o fato narrado sendo ambientado em 1982 não se vê nenhuma menção a situação política do país que naquele momento ainda estava sob o regime de uma Ditadura Civil-Militar. 

O evento histórico que marca a narrativa é a Guerra das Malvinas ocorrida no país vizinho. Mas que não é abordada de uma perspectiva realista, e sim romântica. A guerra aqui aparece como a grande ameaça ao amor idealizado de Andrés e Elita. O título da obra vem daí. Mas creio que o título em espanhol representa melhor o que é a estória de fato.

A obra do Pedro Alberici me lembrou muito as novelinhas “teen”. Certamente o público jovem se deliciará com a estória de amor de Andrés e Elita. É interessante como o autor vai intercalando a narrativa entre a vida de um e outro, até que ocorre o encontro. Interessante também é a personagem Clarisse que também poderia ser colocada como uma ameaça ao amor do casal protagonista. 

Enfim, é uma obra que pode muito bem contribuir para despertar o prazer da leitura entre os jovens. Com uma escrita objetiva e próxima do nosso cotidiano (no caso de quem não é do Sul certamente estranhará alguns termos)o leitor devorará a estória em poucas horas. Portanto fica aqui a dica, leiam “Morte no Atlântico Sul”, do Pedro Alberici. 

Por Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Especialista em Filosofia e Direitos Humanos. Atua como Professor da Educação Básica no CENSP-Lajeado.

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