Juca Monteiro – na verdade Justiniano Gomes Monteiro, nascido em 1949. É filho de Lajeado, de uma das famílias mais tradicionais do lugar – o que lhe possibilitou acesso a educação escolar num contexto que esta era privilégio de alguns – daquelas famílias que tinham condição de sustentar os filhos nos centros mais desenvolvidos. Concluiu a formação básica no Liceu de Goiânia – cidade onde também ingressou na Universidade Federal de Goiás, formando-se na área da Comunicação. Passando depois a atuar no serviço público. “Luzes e desejos” é o seu primeiro livro publicado, mas anteriormente já havia tido alguns dos seus textos publicados em jornais locais.
“Luzes e desejos” é divido em duas partes. A primeira intitulada de: “Vida: Sensibilidade e desafio”. E a segunda de: “Eco poético do Tocantins – Palmas”. Na primeira parte encontramos textos mais íntimos, que fala dos seus sonhos, da família, da sua fé cristã. Já na segunda parte fala do lugar onde vive, da sua terra natal, e do que lhe afeta, sobretudo o meio ambiente e as injustiças sociais. Na primeira parte não há nenhum texto que vale a pena uma menção. Já na segunda, destacaria os dois poemas que abrem a seção: Estado da Promissão e O nascer de Palmas.
Em tese, “luzes e desejos”, é um livro de poesia, mas, apesar das rimas, na sua grande maioria pobres e um tanto forçada, estão mais para prosa. Creio, aliás, que o autor seria melhor sucedido se se enveredasse pelo caminho da prosa. Como poeta, lhe sobra sensibilidade, mas falta capacidade de traduzi-la em poemas que nos afete. De modo que a leitura torna se algo custoso. Mesmo assim continuamos lendo na expectativa de encontrar algum poema que vale a pena, mas no final, saímos frustrados.
Você que está lendo essa crítica deve está perguntando: vale a pena a leitura? Responderei citando um trecho do Dom Quixote: “- não há livro tão mau – observou o bacharel – que algo de bom não contenha”.
E o que podemos tirar de bom da leitura de “Luzes e desejos”? Isso dependerá da sensibilidade de cada um. No meu caso destacaria a sensibilidade do autor diante dos problemas ambientais. Ainda que na grande maioria dos textos, há uma limitação na forma de se expressar, não podemos deixar de reconhecer o seu esforço em materializar no papel um sentimento genuíno (e ingênuo).
Com isso concluo ressaltando, que essa resenha crítica, apesar de dura, não tem a pretensão de desmerecer o fazer literário do Juca Monteiro (até por que estou longe de ter uma qualificação que me dê condições para tanto). Trata apenas da nossa impressão acerca da obra, a partir da leitura da mesma. De modo que é fundamental que a obra seja lida para se corroborar ou não com essa crítica.
Por Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Especialista em Filosofia e Direitos Humanos. Também se aventura no mundo literário escrevendo prosas e versos.
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