terça-feira, 1 de julho de 2014

Lançamento virtual do livro ‘’A nossa luta é pra vencer’’ – Diário da ocupação da superintendência regional do INCRA-GO. De junho a julho de 2011.

Após 04 anos da ocupação da superintendência regional do INCRA-GO organizada pelo Movimento Popular Terra Livre, pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra – MLST, pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – FETRAF, pelo Movimento de Volta dos Trabalhadores ao Campo – MVTC e pelo Movimento Brasileiro dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MBTR que culminou com a queda do então superintendente do órgão o senhor Rogerio Arantes.

Resolvemos reorganizar e lançar no formato de livro digital o diário da ocupação escrito no período dessa importante ação do movimento por reforma agrária em Goiás e que foi amplamente divulgado em sites e blogs de norte a sul do país. Aproveitei para acrescentar alguns comentários como também algumas cenas dos bastidores da ocupação que não foi para o diário.

O objetivo desse livro é resgatar essa importante luta do movimento popular por reforma agrária em Goiás, bem como no sentido de servir de exemplo para aqueles que continuam resistindo na luta por essa importante bandeira.

Mesmo com a vitória da ocupação precisamos ressaltar que após quase quatros anos de governo Dilma (PT) – aqueles que lutam por uma reforma agrária de fato em todo o Brasil não tem muito que comemorar, ao contrario tivemos mais retrocessos que avanços na luta contra o latifúndio e o agronegócio. Ano após ano o governo Dilma bate recordes negativos em relação ao assentamento de novas famílias, assim como aprova leis como a reforma do código florestal que fortalece o agronegócio.

A ocupação da superintendência do INCRA de Goiás em 2011 não foi apenas uma ação para derrubar o então superintendente que lá estava defendendo os interesses dos ruralistas, mas foi, sobretudo uma ação em defesa da reforma agrária. Infelizmente os grandes movimentos de luta por reforma agrária hoje no Brasil estão extremamente recuados – as tentativas de unidade entre as organizações após o congresso camponês em 2012 pouco se efetivou e muita pouca luta se fez contra o avanço do agronegócio. Apesar da conjuntura difícil é extremamente importante continuarmos resistindo e lutando por uma reforma agrária de fato no Brasil e nesse sentido espero que esse resgate histórico possa contribuir.

O livro será distribuído gratuitamente no formato digital (PDF) quem se interessar em adquirir o mesmo entre em contato comigo pelo e-mail: pedro-ferreira2000@hotmail.comque eu encaminharei uma copia do mesmo. O lançamento virtual do livro será no dia 22 de julho 2014 – O dia em que desocupamos a superintendência do INCRA de Goiás após 26 dias de muita luta e resistência.

Abraços revolucionários,


Pedro Ferreira Nunes

terça-feira, 24 de junho de 2014

O assassinato de um rio, o assassinato de um povo!

UHE LAJEADO-TO
*Por Pedro Ferreira Nunes

Um dia desses conversando com minha mãe falávamos a cerca do desaparecimento de algumas espécies de peixes e a diminuição de outras, no rio Tocantins após a construção da usina hidrelétrica do Lajeado. Peixes que outrora havia em abundância como, por exemplo, o mandi moela e o facão hoje em dia já não se vê como também é raro pegar um jau, pirarara, dourado entre outros.

O sumiço de algumas espécies de peixes após a construção da usina hidrelétrica é percebido facilmente, isso apenas após 12 anos da conclusão da mesma. A população ainda não percebeu esse grave problema, sobretudo por que ainda há uma grande quantidade de peixes no rio, mas é fato que se não houver uma maior preocupação por parte das autoridades responsáveis, órgãos de fiscalização ambiental, mas, sobretudo da população de Lajeado, que tira do rio Tocantins a sua principal fonte de sobrevivência o futuro do rio e da população que aqui vive não é animador.

- Será se teus filhos e netos terão a oportunidade de ver essa abundancia de peixes? Acho difícil.

Esse questionamento de minha mãe revela a preocupação com o futuro das novas gerações. E vindo de alguém que nasceu e cresceu nas margens desse rio muito antes da construção da usina hidrelétrica de fato torna essa possibilidade real.

É difícil convencer as pessoas que sempre viram abundancia de peixes no rio Tocantins que no futuro não poderemos ter toda essa riqueza. Mas é fato que se não preservarmos o meio ambiente, em um futuro não muito distante sofreremos as consequências. Tanto que já podemos ver a diminuição da diversidade das espécies de peixes que outrora eram abundantes por aqui.

Nesse sentido uma das ações fundamentais que deve ser desenvolvida com a população da cidade e com os turistas que frequentam o rio é relativo à educação ambiental para que os mesmos saibam a importância de preservarmos as espécies de peixes que nele vivem. Assim os órgãos ambientais e a colônia de pescadores tem um papel fundamental neste processo.Infelizmente o que vemos por parte dos órgãos ambientais de fiscalização é, sobretudo um processo de tentativa de criminalização dos pescadores enquanto deveriam atuar fazendo formação e conscientizando a população.

O rio que dá nome ao estado do Tocantins vem sendo assassinado há vários anos pelos governos de plantão com a construção de usinas hidrelétricas ao longo do seu leito. Usina hidrelétrica de Lajeado, Peixe Angical, São Salvador, além do projeto de construção de outras. Segundo os seus idealizadores o objetivo é gerar energia para desenvolver o Tocantins economicamente e socialmente. Na pratica o que vemos é a destruição ambiental do nosso bioma cerrado, da nossa fauna e flora.

A compensação financeira que é dada aos municípios pela construção de usinas hidrelétricas. Não compensa o que a população perde com a destruição do meio ambiente. Recursos financeiros estes que muitas vezes se esvai pelo ralo da corrupção. E também não se justifica pela melhoria da qualidade do serviço, já que mesmo tendo uma das maiores usinas hidrelétricas do país no município a qualidade e o valor absurdo das contas de energia mostra o contrario.

Assassinar o rio Tocantins é assassinar o povo que vive no seu leito e depende dele para sobreviver. Precisamos parar este processo já – vamos juntos!

* Militante do Coletivo de Educação Popular José Porfiro -

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Cronica: Festa Junina

Por Pedro Ferreira

Ontem fui ao arraial de Lajeado, fazia um tempo que não ia ver as quadrilhas dançarem nas festas juninas. O povo do norte e nordeste brasileiro gosta muito dessa festa. Quando eu era pequeno inclusive gostava de dançar no colégio, passávamos vários meses ensaiando só para apresentar para comunidade que participava do arraial na escola. Era muito divertido, além da quadrilha no colégio, também tinha a do bairro.

As quadrilhas tem origem na tradição camponesa de comemorar o período da colheita, por isso umas das coisas marcantes das festas juninas são a culinária, a abundancia de comida. Muita comida e bebida. Pamonha, milho assado, pé de moleque, quentão entre outras gostosuras.

Mas a parte melhor sem duvida eram as quadrilhas. O caminho da roça, o casamento, os figurinos simples, o chapéu de palha, as camisas quadriculadas, os vestidos de renda. O som da sanfona, do zabumba, do pandeiro e do triangulo. Tudo era muito simples, qualquer um podia participar.

As festas juninas era um jeito de lembrar a nossa origem camponesa, resgatar nossos costumes, celebrar nossa cultura, matar a saudade do campo. Da nossa terra de onde fomos obrigados sair para dar lugar à monocultura de soja, cana de açúcar, eucalipto, pasto pra gado ou para construção de usinas hidrelétricas.

Ontem fiquei olhando a festa junina aqui no Lajeado, há algum tempo não ia a uma quadrilha. Fiquei triste pelo que vi, as coisas mudaram tanto. A festa junina deixou de ser um espaço de diversão para se tornar um espaço de competição. As músicas aceleradas que nada lembra o forrozinho pé de serra. Agora se tornaram uma espécie de forró enredo.

O figurino todo cheio de brilho parecendo fantasias de carnaval, muitos passos foram modificados, alguns desapareceram a exemplo do bêbado e do veado, dizem que agora é quadrilha politicamente correta. Ai de nós, não é para tanto. As quadrilhas pulam alucinadamente, são tudo cronometrado, coreografado, quadrilhas enlatadas, industrializadas.


Senti saudade do meu tempo de criança, das quadrilhas no colégio, do grupo do império na baixa preta, bairro onde morava. Da diversão que era. Da animação. Quando se dançava quadrilha não para se disputar troféu ou ganhar dinheiro, mas para festejar e relembrar a nossa origem camponesa. As quadrilhas de hoje infelizmente estão mais para carnaval. Que pena, que pena. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A noite que eu fui mais feliz

Por Pedro Ferreira Nunes


A noite que eu fui mais feliz
Eu vi uma estrela cadente cortando o céu.

 
A noite que eu fui mais feliz
Eu vi uma enorme lua cor de fogo surgindo por
trás do segredo.

 
A noite que eu fui mais feliz
Tu estavas nos meus braços nas margens do córrego lajeado.

 
Hoje já não esta mais ao meu lado

As estrelas no céu já não me encantam tal como outrora

Nem o brilho do luar
Hoje já não esta mais ao meu lado.

 
Nesses anos todos sem ti ver

Perdi aos poucos o gosto de viver.

 
De uma coisa não irei esquecer

Que a noite que eu fui mais feliz

Eu estava com você.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Minha Poesia

Apresentação

A poesia sempre esteve presente na minha vida, desde a infância como leitor até na adolescência quando comecei a escrever os meus primeiros versos.  E foi a vida campesina, no interior, rodeado de serras, embrenhado no cerrado, tomando banho no rio Tocantins, no córrego Lajeado que despertou em mim o espirito de poeta.

Mas ao longo do tempo a minha poesia foi adquirindo dois vieses, um politico - Militante, revolucionaria, anticapitalista e outro romântico que aborda questões pessoais, como as recordações da minha infância, das pessoas que conheci, dos lugares por onde andei e vivi, das ilusões e desilusões amorosas. Às vezes elas se misturam e se confundem. Poesia romântica e revolucionaria, já que ambas expressam o mesmo sentimento – O amor.


Nessa coletânea de poemas selecionadas exclusivamente para o blog ‘Até amanhã, camaradas.’ Apresento 45 poesias de minha autoria dividida em três partes: No primeiro capitulo intitulado ‘Luta popular’ estão minhas poesias com o perfil militante revolucionaria. No segundo capitulo intitulado ‘Por ai’ estão às poesias que falam de lugares por onde passei e vivi, pessoas que conheci e recordações da minha infância. Já no terceiro capitulo intitulado de ‘Coisa de poeta’ esta os poemas que falam de paixões, ilusões e desilusões amorosas e amores perdido ao longo da minha vida. Eis ai um pouco da minha poesia - Do que sou, do que sinto, do que vivo. Espero que gostem.

Comentario sobre a vaia da população a prefeita Marcia Reis

terça-feira, 13 de maio de 2014

Nota do coletivo de Formação José Porfírio sobre a jornada de lutas contra a copa

“Se não tiver direitos não vai ter copa.”

A conta para a adequação das arenas do Mundial saltou de R$ 2,2 bilhões para R$ 8,005 bilhões, um aumento de 263% - ainda com as contas abertas.

E você sabe quem pagará esta conta? Infelizmente quem esta pagando esta conta é todos os brasileiros, em especial os trabalhadores. Pois o dinheiro que deveria esta sendo investido na Saúde, Educação, Cultura, Transporte público, combate ao déficit habitacional, reforma agrária esta sendo desviado para construção de obras da copa do mundo de futebol para encher os cofres das empreiteiras e os bolsos dos cartolas do futebol.

Somos todos um só?

A propaganda na televisão e outros meios de comunicação tenta enfiar goela abaixo de todo brasileiro um estado de espirito em que nada mais além da seleção brasileira importa. O objetivo é fazer com que o povo
brasileiro se esqueça dos profundos problemas econômicos e sociais por que passa o país.

O governo através da propaganda oficial tenta mostrar as maravilhas que a copa do mundo trará para o país. No entanto omite a realidade escondendo as graves denuncias de superfaturamento e desvio de dinheiro público das obras da copa do mundo. Além dos crimes que vem sendo cometido contra o povo trabalhador da periferia através de remoções e despejos.

Não querem que o povo lute pelos seus direitos

Através da lei geral da copa aprovada no congresso nacional que mostra a submissão do governo brasileiro ante as exigências da FIFA. Uma lei antidemocrática que criminaliza aqueles que bravamente estão denunciando e lutando contra os crimes que vem sendo cometido contra as trabalhadoras e os trabalhadores.

Mas se pensam que nos intimidaram e nos calaram estão enganados. Milhares de trabalhadores de norte a sul do país estão se organizando e se mobilizando contra os crimes absurdos que estão sendo cometidos para construção de obras da copa do mundo de futebol. E esta luta não é apenas nos estados sedes da copa do mundo, mas sim de todos nós brasileiras e brasileiros.

Copa para quem?

A maioria das brasileiras e dos brasileiros assistirá a copa como sempre assistiram e torcerão pela seleção brasileira de futebol como sempre torceram – Pela televisão. Pois a maioria dos trabalhadores brasileiros não tem condição de pagar ingresso para assistir aos jogos da copa. Por isso questionamos. Copa para quem? Com certeza não é para classe trabalhadora. A nós cabe apenas pagar a conta que não será nem um pouco baixa. Mas se pensam que ficaremos de braços cruzados, estão enganados. Gritemos de punhos cerrados – Se não tiver direitos não vai ter copa! Por tanto tomemos as ruas e praças do nosso país para lutar pelos nossos direitos já.

No Tocantins também vai ter luta contra a copa

Nesse sentindo chamamos as organizações de luta da classe trabalhadora tocantinense a protestarem no evento Tur da taça que passará por Palmas nesta quarta-feira (14/05), no capim dourado shopping e também na quinta-feira (15/05) no ato unificado dos movimentos populares tocantinenses na estação rodoviária do Aurini III, ás 16h.
Palmas – TO. 13 de Maio de 2014.


Coletivo de Formação José Porfírio