“Se o presente é
de luta, o futuro nos pertence”. Che Guevara
1- O ano de 2015 não será fácil para o
conjunto da classe trabalhadora tocantinense e brasileira. As ilusões de parte
do conjunto das organizações dos trabalhadores em um provável segundo mandato
mais progressista do governo Dilma (PT) logo caem por terra com os primeiros
nomes indicados pelo governo para comandar a economia do país. Como também o
nome da famigerada senadora Kátia Abreu (PMDB) para o ministério da agricultura
– consolidando assim, uma aliança com o que há de mais conservador e
reacionário no país que são os ruralistas, bem como jogando uma pá de cal
definitiva no processo de reforma agrária;
2- Apesar das massivas manifestações de
junho de 2013 em que milhares de manifestantes tomaram as ruas gritando por
mudança, infelizmente esse anseio não refletiu no processo eleitoral. Ao contrario,
quase tivemos um grande retrocesso com a volta dos tucanos ao poder, como
também vimos à eleição de um congresso mais conservador com figuras como
Ronaldo Caiado (DEM), Tarso Jereissati (PSDB), Antônio Anastásia (PSDB), José
Serra (PSDB), Jair Bolsonaro (PP), Irajá Abreu (PSD). Bem como de Eduardo
Siqueira Campos como o deputado estadual mais votado no Tocantins.
3- O caso de corrupção na Petrobrás só esta
no inicio, ainda não vimos nem a ponta do Ice Berg. A corrupção no Metrô de São
Paulo e a crise da água. O caos na Saúde do Tocantins. E tantos outros casos de
corrupção que assolam o país de norte a sul (que sem pressão popular terminarão
em pizza), nos mostra que a corrupção não é privilegio de um partido, mas esta
intimamente ligada ao sistema capitalista;
4- Passado as eleições não se fala mais em
reforma política e nem um tipo de mudanças – que foi a palavra de ordem tanto
de Dilma Rousseff (PT), como de Marcelo Miranda (PMDB) governador eleito no
Tocantins. Ao contrario, a equipe de transição nomeada pelo governador eleito
para tomar pé da situação do Tocantins aponta um grande endividamento do estado
– E a palavra de ordem é apertar os cintos;
5- Apertar os cintos para os governos de
plantão significa demissões e corte no orçamento dos gastos sociais. Por tanto
não tenhamos ilusão, o próximo período será de intensificação dos ataques e
retiradas de direitos do povo trabalhador do campo e da cidade. No entanto
esses ataques não serão aceitos sem reação. O ano de 2015 será mais um ano de
muitas lutas do movimento popular contra os ataques de patrões e governos – dos
sem teto, do campesinato sem terra, dos indígenas, dos servidores públicos, das
mulheres e da juventude trabalhadora;
6- Aliás, uma das grandes tarefas dos
militantes revolucionários e suas organizações de luta é o trabalho com a
juventude. Precisamos construir ações de formações coletivas permanentes, o tão
necessário trabalho de base, renegado hoje por muitas organizações;
7- No Tocantins há um numero grande de
jovens que não estão organizados em organizações tradicionais, pois não se veem
representados nestas. Precisamos assumir o compromisso de organiza-los, no
entanto é necessário superarmos praticas ultrapassada que mais produzem recuos
do que avanço.
8- Não há uma tradição de esquerda consolidada
no Tocantins, o processo eleitoral nos mostrou bem isso, as candidaturas do
campo popular obtiveram uma votação baixíssima. Por outro lado os 10% do
eleitorado que votou nulo, mostra o descontentamento de uma parcela importante
da população com a situação politica, econômica e social no Tocantins, mas,
sobretudo o descredito nas organizações politicas tradicional e a politica
institucional;
9- É
tarefa da esquerda revolucionária e das organizações populares organizar e
formar este pessoal que estão descontente com a politica hegemônica vigente há
varias décadas no Tocantins. No entanto é fundamental que deixemos de atuar
olhando para o nosso próprio umbigo. Repetindo velhas práticas que levou a
esquerda a se fragmentar, perdendo sua força e pouco conseguindo influenciar o
conjunto da classe trabalhadora nas lutas cotidianas;
10- É
necessário realizarmos ações coletivas e continuas, tanto nos grandes centros
como também no interior. Continuarmos os processos de formação e construir um
Fórum de Lutas do Movimento Popular Tocantinense, efetivo, que não se reúna
esporadicamente, mas periodicamente. Nesse sentido devemos fortalecer o Fórum
que já existe no Tocantins, mas também é necessário chamar mais organizações a
comporem e fortalece-lo;
11- Por fim, que a palavra unidade não sirva
apenas de argumentos em discursos, mas que seja construída na prática – em
ações coletivas e contra hegemônicas. É fato que a luta do movimento popular do
campo e da cidade tem avançado nos unimos anos no Tocantins, muitas vezes de
forma fragmentada, mas o fato é que temos avançado. No entanto se temos
avançado, a direita avança mais ainda. Mas a esquerda revolucionária e as organizações
populares têm total condição de avançar muito mais nas lutas contra o modelo
hegemônico de apoio ao agronegócio e a especulação imobiliária, no entanto
precisamos caminhar juntos!
Lajeado – TO, 09 de
Fevereiro de 2015.
Coletivo José Porfírio –
Viver, amar, sonhar e lutar!
Endereço:
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