quarta-feira, 8 de agosto de 2018

KARL MARX 200 ANOS – “Os cães ladram mais a caravana não para”.

PEDRO FERREIRA NUNES
GRADUANDO EM FILOSOFIA UFT.

INTRODUÇÃO

Um fato que não se pode negar são as afecções que Karl Marx desperta – seja de alegria ou tristeza, seja de amor ou ódio.  O fato é que não dá para ignora-lo, pois até mesmo aqueles que dizem que o seu pensamento é irrelevante para contemporaneidade curiosamente dedicam paginas e mais paginas para tentar convencer seus leitores dessa ineficiência. Ora por que perder tempo com a vida e a obra de alguém insignificante? 

O que se vê na contemporaneidade, especialmente na América Latina é uma espécie de paranoia antimarxista. No Brasil a paranoia antimarxista é tão grande que chega ao ponto dos defensores de projetos como o Escola Sem Partido e do fim da obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia no Ensino Médio justificarem estes projetos com o argumento de que tais disciplinas servem para professores fazer doutrinação marxista nas escolas. Mas apesar dessa paranoia antimarxista as ideias de Karl Marx permanecem vivas e são de uma atualidade inquestionável. Nas palavras de Netto (2016) “[... sem Marx, nada compreenderemos da contemporaneidade...]”. 

Diante dessa questão é importante retomarmos a obra de Marx e não se limitar a reproduzir um discurso antimarxiano a partir da leitura de terceiros. Porém, não podemos nos limitar apenas a leitura de Marx, pois ainda de acordo com Netto (2016) “[... somente com Marx, e apenas com o que a tradição marxista já produziu, não teremos condições de compreendê-la radicalmente – para é óbvio, transformá-la radicalmente...]”. 

Nesse ano em que se celebra pelo mundo os 200 anos de natalício de Karl Marx não faltam posicionamentos contrários e favoráveis a sua obra. Diante dessa questão, nosso objetivo aqui é retomar brevemente a vida e a obra desse importante pensador e refletir o porquê mesmo com toda a tentativa de enterra-lo, Marx permanece vivo, e influenciando movimentos de resistência anticapitalista mundo afora. Dai o paralelo com o nome do álbum da banda carioca Planet Hemp – “Os cães ladram mais a caravana não para”.

KARL MARX: VIDA E OBRA;

Karl Marx é de uma família de origem judia. Nasceu em 05 de Maio de 1818, em Trévis (Trier) na Alemanha. Em 1835 ainda em Trier concluiu os estudos secundários. Em seguida matriculou-se na Universidade de Bonn, onde pretendia estudar Direito. Já em 1836 matriculou-se na Universidade de Berlim onde se aproximou das ideias de Hegel tornando-se um idealista de esquerda.

O jovem Marx participou diretamente das discussões e dos trabalhos do grupo de Berlim até 1841, quando voltou a Trier. Abandonando definitivamente a carreira de advogado, pretendia conquistar uma cátedra universitária após doutorar-se pela Universidade de Bonn. (Costa, 2018, p. sn)

Em 1842, aos 24 anos, Marx inicia sua carreira como jornalista no jornal Gazeta Renana. Impondo uma linha critica a este, no entanto ao perceber que os donos do jornal capitulam diante da pressão das autoridades a linha critica do jornal. Marx pede demissão. Em 1843 casa-se com Jenny, com quem terá 6 filhos, no entanto apenas  3 chegaram a idade adulta. É Nesse período que produzirá a “Crítica da Filosofia do direito público de Hegel”, o qual ficará inédito até 1927. De acordo com Costa (2018) “[... documento, que, sob a influência de Feuerbach, atacava o idealismo hegeliano. Foi considerado pelo próprio Marx, mais tarde, como um marco no caminho para o materialismo histórico, ao criticar a concepção hegeliana de Estado e abordar o tema da alienação política...]”.

Ainda em 1843 Karl Marx mais sua esposa Jenny parte para o exilio na França. E juntamente com um grupo de amigos cria a revista “Anais Franco-Alemães” que não passa do primeiro número publicado em 1844 que continha dois textos de sua autoria: A questão Judaica e Para a Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. Introdução.

Desde a universidade, Marx havia adquirido o hábito de compilar resumos de obras, acompanhados por suas reflexões críticas. Os chamados Manuscritos de Paris foram produzidos a partir de seus apontamentos sobre obras clássicas de Jean-Baptiste Say, Adam Smith, David Ricardo e James Mill, que lhe permitiram desenvolver as primeiras avaliações sobre os conceitos de valor e preço. (COSTA, 2018, p. sn)

O ano de 1844 é marcado pela aproximação de Marx do movimento operário francês e do inicio da amizade com Friedrich Engels que o influenciará decisivamente. Nesse período Marx escreve os “Manuscritos Econômico-Filosóficos” que serão publicados somente em 1932. A partir dai, de acordo com Costa (2018):

a teoria crítica do jovem hegeliano de esquerda se transformava numa ontologia materialista: Marx começava a enxergar o homem como um ser prático e social, em que a essência humana é histórica, ou seja, não existe uma “natureza humana” permanente e imutável, como queriam os filósofos liberais. O homem constitui a si mesmo centralmente por meio do trabalho, organizando as suas relações com os outros homens e com a natureza de acordo com o nível de desenvolvimento das forças produtivas e dos meios de produção, pelos quais se mantém e se reproduz enquanto homem.

Em 1845 Marx e Engels produzem conjuntamente “A Sagrada Família”. Neste mesmo ano é expulso da França por pressão do governo Prussiano devido ao incomodo que seus artigos publicados na revista Avante causam. Eles então partem para Bruxelas onde redigem “A ideologia Alemã” e as “Teses sobre Feuerbach”. De acordo com Costa (2018) “[... nestes textos Marx e Engels elaboraram as linhas mestras de sua concepção teórica da história, da sociedade e da cultura, neles se encontram os fundamentos do que veio a ser chamado de materialismo histórico...]”. Entre o final de 1846 e o inicio de 1847 Marx escreve “Miséria da Filosofia” obra na qual ele polemiza com Joseph Proudhon. Em agosto de 1847 juntamente com Engels funda a “Sociedade Operária Alemã”. 

Entre 1847 e 1848 escreve com Engels o “Manifesto do Partido Comunista”. De acordo com Costa (2018) “[... o manifesto representou, no plano teórico-político, uma marcante viragem histórica: é nele que se apresentava, de maneira inédita, um projeto social organicamente integrado a uma perspectiva de classe...]”. Marx é então expulso da Bélgica e retorna a Paris onde funda “A Nova Gazeta Renana”.

pobre como nunca, depois de passar uma vez mais por Paris, a partir de 1849 fixou-se definitivamente em Londres, onde  passou a dedicar-se integralmente aos seus estudos. Criou um novo jornal: a Nova Gazeta Renana, Revista Político-Econômica, onde, ao longo do ano de 1850, escreveu uma série de três artigos que fazia o balanço do movimento revolucionário francês. Acrescido de um quarto artigo dele com Engels, escrito em outubro de 1850, os textos seriam publicados bem depois, em 1895, com o titulo de As lutas de classes na França (1848-1850). (Costa, 2018, p. sn)

Entre o final de 1851 e o inicio de 1852 produz O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Antes escreveu “Os cadernos de Londres”. Entre 1857 e 1858 escreveu os “Gundrisse” –elementos fundamentais para a crítica da economia política, publicado postumamente. Em 1859, é publicado “Contribuição à crítica da economia política”. No inicio de 1860 Marx se dedica também a militância política. Por exemplo, em 1864 ele apresenta o projeto de uma Associação Internacional dos Trabalhadores a qual é fundada e ele assume a tarefa juntamente com outros militantes de organizar os estatutos e o programa. Entre 1870 e 1871 escreve “A Guerra Civil na França”. A sua principal obra: “O Capital” é redigido entre 1866 e 1867. Em 1867 sai o livro I que irá analisar o processo de produção do capital. O livro II aborda o processo de circulação do capital. Já o livro III trabalha o processo global da produção capitalista.

a obra máxima de Marx unifica abordagens múltiplas no campo das ciências humanas, ao reunir elementos da economia politica, da sociologia, da história, da geografia, da demografia, da filosofia, e da antropologia. Partindo da critica da economia política, isto é, do estudo exaustivo do funcionamento do modo de produção capitalista, não se reduz a uma analise economicista da vida em sociedade, como querem seus detratores. (Costa, 2018, p. sn)

Marx ainda produziu as Glosas Marginais ao “Programa do Partido Operário Alemão”, que foi publicado por Engels em 1891 sob o titulo “Crítica ao Programa de Gotha”. Sua esposa Jenny falece no dia 02 de dezembro de 1881, o que o abalará muito. Sobre essa perda declarou: “meu espírito vive atualmente em grande parte absorvido pela recordação de minha mulher, que foi a melhor parte da minha vida”. Em março de 1883, dois meses depois da morte de sua filha, num dia 14 de março morre Karl Marx. Que foi definido por seu grande companheiro, Engels (1883) em discurso diante do seu tumulo no dia 17 de março como: 

Revolucionário. Cooperar, desta ou daquela maneira, no derrubamento da sociedade capitalista e das instituições de Estado por ela criadas, cooperar na libertação do proletariado moderno, a quem ele, pela primeira vez, tinha dado a consciência da sua própria situação e das suas necessidades, a consciência das condições da sua emancipação – esta era a sua real vocação de vida. A luta era o seu elemento. E lutou com paixão, uma tenacidade, um êxito, como poucos.... Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, expulsaram-no; burgueses, tanto conservadores como democratas extremos, inventaram ao desafio difamações a cerca dele.... o seu nome continuará a viver pelos séculos, e a sua obra também.

Os anos se passaram e as coisas não se modificaram tanto, Marx continua sendo odiado e caluniado. E tal fato se dá, sobretudo, por que seu nome continua vivo, presente em todas as frentes de luta que se levantam contra o capitalismo e tem sua obra como referência.

A ATUALIDADE DAS IDEIAS MARXIANAS

Para refletirmos sobre a atualidade das ideias de Marx recorreremos ao que dizem alguns pensadores contemporâneos. Especialmente José Paulo Netto, que é sem sombras de dúvidas a principal referência nos estudos da obra marxiana na América Latina. Além de autores como o filósofo esloveno Slavoj Zizek e Vladimir Safatle entre outros. Nessa linha começamos por destacar inicialmente o desconhecimento que se tem das obras de Karl Marx. Incluindo pessoas que se dizem marxistas, mas que, no entanto nunca leram Marx propriamente, mas sim interpretação de suas obras. É o que aponta Safatle (2018) no seu artigo “Marx, esse desconhecido”. 

De acordo com este autor (2018, p. sn):

Um retorno a Marx seria proveitoso para o nosso tempo. Pois a radicalidade da experiência prático-teórica chamada Marx vem, entre outros, da junção entre três níveis de exigências que muitos gostariam de dissociar: uma reflexão sobre liberdade e seu exercício, uma emergência de novos sujeitos políticos e sua força revolucionaria, uma critica implacável à vida possível no interior das sociedades capitalistas e em outras formas sociais incapazes de se fundar em estruturas de exploração e violência.

Se é fato que a sociedade capitalista atual é bem diferente da qual Marx viveu e produziu sua obra. Por outro lado é inegável que estes problemas refletidos por Marx continuam presente na contemporaneidade e ainda com um caráter mais perverso, sobretudo em relação à liberdade e seu exercício – um problema bastante desenvolvido por Marcuse na sua analise da sociedade unidimensional. Ainda de acordo com Safatle (2018) “[... que Marx seja um pensador da liberdade e da emancipação eis algo que vale sempre a pena lembrar. Sua pergunta fundamental não é apenas pelas condições sociais para a realização da liberdade, já que não posso ser livre em uma sociedade não livre...]”.

Em relação à atualidade do pensamento de Karl Marx, Slavoj Zizek destaca que só agora com o desenvolvimento pleno do capitalismo global é que a sua critica da economia política atingiu seu apogeu. De acordo com Zizek (2018) é preciso afirmar “[... não apenas que ainda hoje a critica da economia política de Marx, seu raio x das dinâmicas do capital, permanece totalmente atual, mas mais do que isso, afirmemos que é apenas hoje, com o capitalismo global, que, Marx atingiu sua plenitude...]”. Ainda de acordo com o filósofo esloveno é hoje com o desenvolvimento pleno do capitalismo que “a realidade atinge plenamente seu conceito”. Uma questão importante a se destacar é que para Zizek (2018) é necessário um retorno a Marx, pois está é “[... a única forma de não ser mais um “marxista”, mas sim de repetir o gesto fundador de Marx de uma nova maneira...]”.

Nessa linha o sociólogo norte americano Immanuel Wallerstein (2018) também reforça a necessidade de um retorno a Marx – de se ler as suas obras e não se limitar a estudar o que dizem dele. “[... precisam lê-lo. Não leiam sobre ele, leiam Marx. Poucas pessoas – em comparação com os muitos que falam sobre ele – leram Marx na realidade... Devemos ler pessoas interessantes, e Marx é o acadêmico mais interessante dos séculos XIX e XX...]”. O filósofo Marcelo Musto (2018) destaca também a militância política de Marx ressaltando que ele “[... não foi um mero acadêmico isolado no meio dos livros do British Museum de Londres, mas foi sempre um militante revolucionário envolvido nas lutas da sua época...]”.

Seguindo essa linha é importante ressaltar o que aponta o cientista político Michael Heinrich (2017) de que “[... não se pode deixar de lado a biografia de Marx. Trata-se de alguém que trabalhou não apenas como cientista, mas também como jornalista de intervenção política e como ativista revolucionário que integrava alianças, participava da criação de diferentes organizações e se envolvia em conflitos políticos...]”. 

Ainda sobre a atualidade do pensamento Marxiano, é importante destacar o que aponta Netto (2016) de que “[... o quadro mundial contemporâneo, inclusive a crise econômica atual, é absolutamente incompreensível sem Marx. Absolutamente incompreensível...]”. E destaca na sua visão lições fundamentais deixadas por Marx.

O que aprendemos com Marx? Primeiro: capitalismo é crise... Marx demostrou cabalmente que a crise é um constitutivo da dinâmica capitalista. Segundo: capitalismo é produção exponencial de riqueza social e reprodução simultânea e necessária de pauperismo... Mas não é só: veja a continua e recente concentração e centralização de capital... Uma quarta demonstração irrefutável da correção das projeções marxianas: o desenvolvimento desigual e combinado. (Netto, 2016, p. sn)

Em relações a essas questões, destacamos o livro do economista francês Thomas Piketty  “O Capital no Século XXI” onde a partir de um amplo levantamento de dados de diversos países aponta para o aumento da concentração de renda e da desigualdade na sociedade capitalista na contemporaneidade.  Corroborando com que já havia apontado Karl Marx nas suas obras.

Á TITULO DE CONCLUSÃO: OS CÃES LADRAM MAIS A CARAVANA NÃO PARA.

Tanto no seu tempo como nos nossos dias Karl Marx continua sendo caluniado e tendo suas ideias distorcidas. Dai a necessidade de lermos Marx para podermos compreende-lo e combater essas calunias e vulgarização das suas ideias. Essa vulgarização é feita pelos pseudos-marxistas, que no geral tem uma bela retórica, mas a prática está muito distante do discurso. E aleijar o pensamento de Marx da prática social numa perspectiva revolucionária é um crime. Percebo que essa vulgarização é bem comum na academia, por parte dos “marxistas de gabinete” que apresentam um discurso revolucionário, mas a prática é bem reacionária. O que estes senhores ditos “marxistas” fazem é um desserviço ao pensamento de Marx.

Já as distorções são obras de setores da intelectualidade a serviço das classes dominantes. Distorções que ganham força, sobretudo através das redes sociais e são reproduzidas por uma massa de alienados. 

O que se observa é que boa parte das criticas feita a Marx, é por um lado, falta de conhecimento do pensamento marxiano – criaturas que nunca leram se quer “O Manifesto do Partido Comunista”. Mas por que um liderzinho medíocre falou determinada coisa sobre Marx, se reproduz isso como se se tratasse de uma verdade absoluta. Por outro lado às criticas partem daqueles que conhecem muito bem a obra de Marx, e sabem o quanto é importante que os trabalhadores fiquem alheios a ela. Para que não ousem se libertar das correntes que lhes prendem.

É triste, sobretudo ver a juventude trabalhadora caindo nesse engodo. Reproduzindo um discurso reacionário e antimarxiano. E o pior é que quando você percebe que esse discurso antimarxiano é fundamentado numa visão distorcida de Marx. Pois tentam colocar na sua conta equívocos que não foram cometidos por ele – a lhe atribuir ideias que ele não defendeu. Mas isso não nos desmotiva, nos anima na luta anticapitalista. Sabendo como diz José Paulo Neto que “[... sem Marx, nada compreenderemos da contemporaneidade. Mas somente com Marx, e apenas com o que a tradição marxista já produziu, não teremos condições de compreendê-la radicalmente – para, é óbvio, transforma-la radicalmente...]”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

COSTA, Ricardo. Karl Marx 200 anos. Disponível em: https://pcb.org.br/portal2/1556/karl-marx-200-anos. Acesso em: 04 Mai. 2018.

ENGELS, Friedrich. Discurso Diante do Tumulo de Karl Marx. Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/marx/1883/03/22htm. Acesso em: 20 Mai. 2018.

HEINRICH, Michael. Vida e obra: o significado político de uma leitura biográfica de Marx. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2018/05/08/vida-e-obra-o-significado-politico-de-uma-leitura-biografica-de-marx/. Acesso em: 05 Maio. 2018.

MUSTO, Marcello. “Leiam Karl Marx!” Musto entrevista Wallerstein. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2018/05/09/leiam-karl-marx-musto-entrevista-wallerstein/. Acesso em: 15 Mai. 2018.

Revista Novos Temas entrevista José Paulo Netto. Disponível em: https://pcb.org.br/fdr/indexphp?option=com_content&view=62:revista-novos-temas-entrevista-jose-paulo-netto. Acesso em: 22 Mai. 2018.

SAFATLE, Vladimir. Marx, esse desconhecido. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/. Acesso em: 04 Mai. 2018.

ZIZEK, Slavoj. A atualidade de Marx. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2018/05/04/zizek-a-atualidade-de-marx/. Acesso em: 10 Mai. 2018.

* Trabalho apresentado na III Jornada Filosófica da UFT. Realizada de 23 a 25 de Maio de 2018. Palm



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