sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Um poema para fechar Agosto

O enterro do cachaceiro

O defunto foi enterrado,
pobre coitado,
não deixou um tostão furado.
- O defunto foi enterrado.

Ninguém foi ao seu velório,
poucos viram ele ser enterrado.
Morreu como viveu,
sozinho e abandonado.

Já teve família,
amou e foi amado.
Mas pela cachaça
jogou tudo para o alto.

Seus companheiros
não foram ao enterro.
Preferiram beber cachaça
e lembrar o amigo vivo.

No pobre cemitério,
o coitado foi enterrado.
Ninguém derramou uma lagrima
ninguém sentirá sua falta.

Ninguém foi ao seu velório,
poucos viram ele ser enterrado.
Morreu como viveu
sozinho e abandonado.

Pedro Ferreira Nunes
Casa da Maria Lucia. Lajeado -TO. Verão de 2018.

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