segunda-feira, 24 de junho de 2019

Gestão Tércio Neto em Lajeado: Planejamento ou embromação?

Tércio Neto 
O planejamento estratégico é importante em qualquer área, sobretudo por que através dele pode se vislumbrar de maneira mais clara o alcance dos objetivos estabelecidos por uma gestão. Se tratando da Administração Pública (Prefeituras, Governos Estaduais e Federal) esse planejamento é ainda mais fundamental pois demonstra coerência, responsabilidade e transparência na elaboração e execução de políticas públicas que beneficie satisfatoriamente a sociedade.

É através do planejamento estratégico que o gestor juntamente com sua equipe estabelece um caminho (respeitando a legislação vigente) para que as metas estabelecidas pela gestão sejam alcançadas, sempre com vistas ao cumprimento das responsabilidades legais e o atendimento das demandas sociais – que no final das contas é o que justifica a existência de uma administração pública. É importante também que esse planejamento seja conhecido pela sociedade, e melhor ainda, que conte com a participação desta na sua elaboração, execução e fiscalização.

Em Lajeado a fala mais utilizada por parte da gestão Tércio Neto (à frente da Prefeitura Municipal de Lajeado) é planejamento. E qualquer cobrança da oposição ou reclamação por parte da população é respondido pela prefeitura de que tudo será resolvido dentro do planejamento da gestão. O problema é que o tempo está passando, o mandato da atual gestão está se findando, e o planejamento parece existir apenas no papel. 

Essa questão tem chamado atenção sobretudo a partir dos embates nos últimos meses entre os vereadores da situação e os da oposição no legislativo municipal – enquanto os vereadores da oposição têm feito duras críticas a atual gestão bem como cobrado a execução de políticas públicas que melhore a vida da população, os vereadores da situação respondem que essas políticas públicas estão sendo executadas sim, mas a partir de um planejamento responsável.

O fato é que a Câmara de Vereadores tem aprovado uma série de requerimentos que mostra que há um distanciamento entre o que diz a gestão Tércio Neto (PSD) e os anseios da sociedade. Entre os requerimentos aprovados destaca-se o que pede a retomada das obras inacabada das casas populares no setor Norte-Sul, reforma das academias ao ar livre, aquisição de um veiculo novo para o transporte universitário entre outras demandas.

Ora se de fato existisse um planejamento (eficiente) a Câmara de Vereadores não precisaria aprovar requerimentos nesse sentido. Mas diante da inercia por parte do executivo e pressionados pela população o legislativo municipal não tem outra alternativa se não aprovar tais requerimentos na esperança de sensibilizar o prefeito Tércio Neto e seus auxiliares, dos problemas (que não são poucos) que a população enfrenta no dia a dia.

Mas por que mesmo assim o prefeito e sua equipe não se sensibilizam diante dessas demandas? Falta orçamento ou vontade política? Uma coisa é fato, a administração Tércio Neto não pode se esconder atrás da desculpa de que falta orçamento, que o munícipio passa por uma crise financeira. Nos resta por tanto pensar que se trata da falta de vontade política.

Voltando a questão do planejamento três episódios que ocorreram em Lajeado mostram muito bem como este tem funcionado na Gestão Tércio Neto. O primeiro é o fato denunciado por Vereadores de que em 2018 a rede municipal de ensino não cumpriu os 200 dias letivos como determina as leis vigentes. O segundo foi o retorno do transporte universitário três semanas após alguns estudantes já terem iniciado suas atividades discentes em Palmas. E o Terceiro – a reforma do prédio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) em pleno mês de abril – prejudicando a realização das atividades ali desenvolvidas, como por exemplo, do Grupo de Convivência da Terceira Idade.

Nos três episódios uma coisa salta aos olhos, a falta de planejamento. Se de fato houvesse um planejamento efetivo isso não teria ocorrido. E quem paga a conta pela falta de planejamento é a população. Pois a final de contas de quem foi o prejuízo por não ter sido cumprido os 200 dias letivos? De quem foi o prejuízo com a falta de transporte universitário? De quem foi o prejuízo com o atraso da reforma do CRAS? Do prefeito e seus auxiliares é que não foi. Aliás, a ausência de planejamento na gestão pública, não prejudica o gestor de plantão, mas o mesmo não vale para população que necessita desses serviços.

Por Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Tocantins.

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