Em relação a educação em tempos de pandemia podemos dizer que aqueles profissionais que não se acomodaram, certamente, não tiveram grandes problemas com esse negócio de ensino híbrido, aulas remotas (seja através de material impresso ou lives), salas de aulas virtuais entre tantas outras. Já em relação aos que se agarraram as práticas tradicionais, esperando um milagre de que do dia para noite retornariamos a “normalidade”, não podemos dizer o mesmo.
Ora, educar numa perspectiva transformadora exige de nós educadores o desafio constante de não se acomodar. Mas como não se acomodar? Não deixando de aprender, adquirir novos conhecimentos, e se apropriando de ferramentas que nos possibilite propiciar um ensino significativo em qualquer contexto.
Quando falamos em formação continuada nos referimos sobretudo a concepção defendida por Mészáros no seu celebre “Educação para além do Capital”. De acordo com o Filósofo húngaro uma formação verdadeiramente continuada deve ser obra dos próprios educadores. Somos nós que devemos definir e autogerir a nossa formação. Para tanto podemos nos apropriar das diversas ferramentas e plataformas a nossa disposição, sobretudo no ambiente virtual.
São diversos os espaços que ofertam conteúdos de qualidade. Entre eles destacaria uma que me é mais familiar por ter feito alguns cursos por lá. Trata-se da plataforma Escola Conectadas – onde encontramos diversos cursos ofertados por instituições de Ensino credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC).
Além do conhecimento há uma infinidade de possibilidades para serem desenvolvidas na nossa prática pedagógica tanto presencial como remotamente – tudo gratuito com direito a certificado.
O Escola Conectadas é uma iniciativa conjunta da Fundação Telefônica Vivo e Fundação Bancária La Caixa, iniciado em 2015, voltado para educadores brasileiros. E tem como objetivo oferecer cursos online de formação para Professores da Educação Básica – cursos que se dividem em duas modalidades: Mediados e autoformativos (Para maiores informações e acesso ao catálogo dos cursos acesse o link: https://www.escolasconectadas.org.br/).
Conheci a plataforma por acaso ao receber um convite para o curso “Escola digital: curadoria de objetos digitais”. Como estávamos num contexto de aula remota a temática me chamou atenção, sobretudo pelo termo “curadoria” que não me era estranho. A partir dessa primeira experiência decidi fazer outros cursos ofertados pela plataforma, entre eles: “Escola digital: tecnologia e currículo” e “Produção colaborativa do conhecimento: redes para multiplicar e aprender”. São cursos importantes, eu diria que nem tanto pelos conteúdos, mas pelas ideias que nos possibilita desenvolver os nossos projetos.
Além do Escolas Conectadas há uma infinidade de opções para que nós educadores não nos acomodemos com os conhecimentos adquiridos na Universidade. Óbvio, é preciso se apropriar dessas ferramentas de forma crítica. O que significa que não devemos nos tornar meros reprodutores, transmissores de conhecimentos – distante da realidade que estamos inseridos ou utilizar ferramentas inacessíveis aos estudantes.
Dito isso, é importante salientar que não podemos deixar de lado a luta mais ampla por transformações profundas no âmbito educacional. Sobretudo quando falamos em educação formal, pois por mais que o educador se esforce no sentido de melhorar enquanto profissional, a falta de estrutura e o excesso de burocracia não ajudam. Nesse sentido a formação continuada na perspectiva defendida por Mészáros pode contribuir inclusive para que não se perca de vista esse horizonte de uma transformação radical no âmbito educacional.
Por Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Pós-Graduando em Filosofia e Direitos Humanos.
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