quarta-feira, 16 de abril de 2014
Poema: Mudar é preciso!
Mudar é preciso!
Se ti falta trabalho,
saúde e educação.
Não tens moradia,
nem mesmo o pão.
Mudar é preciso,
vamos juntos irmãos!
Si o dinheiro público
vai pro ralo da corrupção,
Destroem o meio ambiente
e nossos gritos são em vão.
Mudar é preciso,
vamos juntos irmãos!
Si criminalizam nossas lutas
e expulsa- nos do nosso chão.
E se quando protestamos
nos jogam num camburão.
Mudar é preciso,
Vamos juntos irmãos.
Por Pedro Ferreira Nunes
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Poema
Caminho à noite pela cidade...
Na cabeça um objetivo
No coração um sonho
Na mochila subversão.
Caminho à noite pela cidade...
A plantar sementes
Que espero um dia
Darão belos frutos.
Caminho á noite pela cidade...
Todos estão dormindo
Quando despertaram?
Quando levantaram?
Caminho á noite pela cidade
Apenas os cães ladram,
Se me descobrirem estarei morto.
Mesmo assim vou seguindo!
Caminho á noite pela cidade
Plantando sementes,
Pois sei,
Amanhã elas nasceram.
Siqueirismo na U.T. I – É hora de desligar os aparelhos!
Em 2006 após Siqueira Campos (PSDB) ser
derrotado por Marcelo Miranda (PMDB) ao governo do estado e Eduardo Siqueira
Campos (PSDB) ser derrotado por Katia Abreu (PMDB) na disputa por uma vaga no
senado, muitos acreditavam no fim do Siqueirismo. No entanto, o que parecia ser
uma pagina virada na historia do Tocantins, ressurgiu novamente com mais uma
eleição de Siqueira Campos contra Gaguim em 2010, levando o Siqueirismo pela
quarta vez ao comando do Tocantins.
Porém o Tocantins vive novos tempos, novas
forças políticas surgiram, novas lideranças, o estado tem se desenvolvido a
passos de jaboti, mas o fato é que tem desenvolvido. Surge movimentos dos
trabalhadores em especial os camponeses sem terra, os trabalhadores sem tetoe
os servidores públicos que tem travado importantes lutas que questionam o
modelo hegemônico de desenvolvimento do Tocantins, por outro lado o Siqueirismo
parou no tempo. No tempo em que Siqueira Campos comandava o Tocantins tal como
se aqui fosse sua fazenda. No tempo do coronelismo. Com politicas paternalista
e perseguição a opositores.
Diante desse quadro Siqueira Campos e o
Eduardo enfrentaram o pior governo de suas vidas. O Siqueirismo que em seus
mandatos anteriores tinham um amplo apoio popular, que facilmente conseguia
fazer seu sucessor na próxima eleição, que calava a oposição e conseguia surfar
na mentalidade conservadora que ainda hoje impera no Tocantins. Agora encara
uma dura realidade, com uma popularidade baixíssima, o atual mandato
provavelmente entrará para historia como um dos que houve maior mobilização e
luta da classe trabalhadora pelos seus direitos bem como questionando o atual
governo. O caos político que impera de norte a sul do estado é evidente, nem
mesmo o marketing tem sido capaz de esconder a dura realidade por que passa o
povo do Tocantins.
Antes o povo era comprado por qualquer
migalha, hoje consciente dos seus direitos, resiste e luta por uma vida
verdadeiramente digna. O Siqueirismo parou no passado, o povo do Tocantins tem
evoluído. Se o Siqueira Campos tivesse aposentado há alguns anos atrás, com
certeza entraria para historia como o governo mais popular do Tocantins. No
entanto tal como um jogador de futebol que já não consegue jogar e mesmo assim
insiste e dai é aposentado na marra, quando poderia ter sido aposentado no
auge, Siqueira Campos insistiu, e agora sai pelas portas do fundo.
Renunciar o governo do Tocantins para
viabilizar a candidatura de Eduardo Siqueira Campos, com certeza não é a saída
mais honrosa para o velho Siqueira, no entanto é a única saída para que o
Siqueirismo que esta na U.T.I continue respirando, mesmo que através de
aparelhos. Mas chegou o momento do povo desligar esses aparelhos, é hora de enterrarmos
o Siqueirismo de vez, seja com Siqueira Campos ou com Eduardo Siqueira. É hora
do Siqueirismo fazer parte do nosso passado, de um triste capitulo da nossa
historia.
*Pedro Ferreira Nunes é educador popular e bacharel em Serviço Social.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Movimento popular tocantinense realiza ato em repudio aos 50 anos do golpe militar
Somando-se as manifestações
que estão acontecendo em todo o país, neste 31 de março, data que marca os 50
anos do golpe militar no Brasil que derrubou o governo João Goulart
democraticamente eleito e cassou os direitos políticos e as liberdades da
classe trabalhadora. -Torturando, assassinando e desaparecendo com os corpos
daqueles que bravamente ousaram a resistir contra os ditadores que se
apoderaram do poder a serviço do imperialismo norte americano e das elites
conservadora do Brasil.
O movimento popular
tocantinense tomou as ruas do centro da capital com faixas e cartazes nas mãos
para relembrar esse triste período da nossa historia, bem como para repudiar os
crimes cometidos e cobrar das autoridades para que os responsáveis por cometer
tais crimes sejam punidos. Durante a marcha os manifestantes distribuíram
panfletos que resgata um pouco o que foi a ditadura militar no Brasil, em
especial os crimes cometidos pelos ditadores nessa região, a exemplo da
guerrilha do Araguaia. A marcha foi bem recepcionada pela população que em
vários momentos demostrou o seu apoio.
Gritando ditadura nunca
mais, punição aos torturadores, pelo direito a memoria, a verdade e a justiça.
Cadê os desaparecidos, pelo direito de enterrar os nossos mortos. Além dessas
reivindicações os manifestantes também denunciaram os resquícios da ditadura na
nossa sociedade atual – Como a criminalização do movimento popular, a lei geral
da copa, a lei de anistia que não pune aqueles que cometeram crimes durante a
ditadura, e a violência policial. Nesse sentido os manifestantes gritaram pela
desmilitarização da policia militar e em apoio às diversas lutas do movimento
popular no Tocantins -Lutar é direito, não é crime!
O ato em repudio aos 50 anos
do golpe militar de 1964 no Brasil, foi encerrado em frente à assembleia
legislativa, onde os manifestantes fizeram fala em apoio a luta dos movimentos
populares no Tocantins, a exemplo da greve dos professores da rede estadual de
educação, denunciaram a grilagem de terras no estado e exigiram a instalação de
uma comissão estadual da verdade através da comissão de direitos humanos da
assembleia para investigar os crimes cometidos pela ditadura militar no
Tocantins.
Por fim os manifestantes
fizeram um breve balanço da ação e convidaram a todos para participar de uma
reunião de avaliação do ato bem como de planejamento para construção de uma
frente de luta unificada do movimento popular tocantinense no próximo dia 12 de
abril na Casa 8 de Março, ás 08h30.
Participaram dessa ação as
seguintes organizações: Casa 8 de Março, Coletivo de Formação José Porfírio,
ANEL, PSTU, PT-Gurupi, SINTET, Levante Popular da Juventude e Estudantes
Secundaristas.
Pedro
Ferreira Nunes
Coletivo
de Formação José Porfírio
quarta-feira, 26 de março de 2014
Conto: E ai. Vamos brincar?
Por Pedro Ferreira Nunes
Ele seguia por aquelas ruas com certo receio. Nunca havia andado por ali, mas as historias que havia ouvido sobre aquele local não era animadoras. O bairro era conhecido por toda á Palmas como território de traficantes e prostitutas com altos índices de violência. Mesmo com todas essas informações ele decidiu conhecer o local.
As ruas estavam desertas apesar de não ser tarde da noite. Ele entrou em uma pequena viela e viu dois bares. Decidiu entrar no primeiro. Havia apenas um homem com duas mulheres numa mesa tomando cerveja e o atendente no balcão. Ele sentou em uma mesa e pediu uma cerveja. Logo uma mulher aproximou-se dele e perguntou se podia sentar-se com ele.
- Tudo bem. Pode ficar a vontade.
- Você não é o tipo de pessoa que anda por aqui.
- De fato. É a primeira vez que ando por esses lados.
Ela não era uma mulher bela. Se ele a visse na rua com certeza não chamaria a atenção dele. Estava longe do padrão de beleza que a sociedade nos impõe. Era negra e gorda. No entanto a sua simpatia era cativante e no decorrer do bate papo que iam tendo ele ia tendo cada vez mais uma forte atração por ela.
- E ai. Vamos brincar hoje?
- Sim, vamos. Mas tomemos mais umas cervejas antes.
- Que bom.
Enquanto iam tomando cervejas iam conversando animadamente. Ele quis saber de onde ela era, qual era a sua historia, quanto tempo estava naquela vida. Ela respondeu a todos os questionamentos dele com muita tranquilidade.
- Eu sou baiana. Estou apenas a 6 meses nessa vida, comecei quando o meu casamento chegou ao fim. Dai deixei o interior da Bahia e vim morar em Palmas. E você de onde vem, o que você faz?
Ele também respondeu os questionamentos dela. Não escondeu a sua identidade tal como muitos homens fazem quando se relacionam com uma prostituta. Ela lhe passava tanta confiança e tranquilidade que ele ficou totalmente à vontade.
- Vamos lá então. Se não eu fico bêbado e não dou conta de nada. Rs.
- Sim, vamos! Rs.
Na cama ela mostrou toda a sua experiência fazendo com que ele ficasse relaxado e conseguisse o que havia ido procurar ali. Ele por sua vez não teve do que reclamar.
- E então, você gostou?
- Sim, foi muito bom. Quanto é o programa?
- Trinta reais.
- Agora eu tenho que ir. Muito obrigada.
- Obrigada você. Volta tá?!
- Sim, eu volto. Tchau.
Questão Agrária no Tocantins
Introdução
Nessas ultimas décadas o agronegócio tem se desenvolvido no Tocantins voluptuosamente, sobretudo com o apoio e financiamento por parte do estado. A criação de bovinos é ainda a principal atividade desenvolvida no Tocantins com um rebanho de 8 milhões de cabeça e ocupando uma área de 7.498,50 hectares de pastagem, no entanto essa realidade tem mudado, no ultimo período houve um avanço de plantação de soja. Tanto que hoje a soja se tornou o principal produto de exportação do Tocantins, sendo responsável por 80% do que o estado exporta.
A propaganda oficial mostra que o desenvolvimento do agronegócio e a modernização da agricultura brasileira trouxeram altos índices de produtividade bem como gerou riqueza para o país. No entanto omite a violência no campo contra camponeses, quilombolas e os povos indígenas que tem os seus territórios usurpados e que dignamente lutam pelos seus direitos. O trabalho escravo e a destruição ambiental, flexibilização das leis trabalhistas e ambientais, uso abusivo de agrotóxico que contamina o meio ambiente assim como afeta a saúde da população.
A modernização no campo brasileiro vem acompanhada do aumento das desigualdades sociais no campo, as riquezas produzidas que são muitas, não são distribuídas, fica concentrada na mão de poucos.
No Tocantins o apoio do poder público tem sido decisivo no avanço do agronegócio. Milhares de recursos públicos são destinados a empresas privadas investirem no desenvolvimento do setor.
Doação de áreas públicas, flexibilização das leis ambientais, incentivos fiscais as empresas transnacionais que atuam no campo. Tudo isso frente à justificativa de que as vantagens dadas pelo governo ao setor contribuem para geração de emprego e riquezas para o povo.
Já não bastasse a secretaria de agricultura e pecuária que historicamente é gerida pelos ruralistas, acaba também de ser criada pelo governo do estado a secretaria de desenvolvimento agrário e regularização fundiária que também será comandada pelos ruralistas.
Há também a delegacia de conflitos agrários e a policia militar agrária, que atua reprimindo a luta dos camponeses sem terra e assegurando a propriedade privada outrora usurpada dos indígenas, quilombolas e camponeses.
Dados do ultimo censo agropecuário mostra que o numero de emprego ofertado pelo setor é mínimo, a agricultura familiar e camponesa gera muito mais posto de trabalho. Há também o alto indicie de utilização de mão de obra escravizada por parte do setor. Já a geração de riqueza é incontestável, no entanto é preciso apontar para quem vai e como são distribuídas as riquezas geradas, e sob a que custos sociais e ambientais elas são geradas.
Nesse sentido o estudo a seguir tem o objetivo de mostrar os efeitos sociais e econômicos do modelo agrícola tocantinense, que nada é mais do que o modelo hegemônico desenvolvido no campo brasileiro pautado na grande concentração de terra, na produção de monocultura, utilização de mão de obra escravizada, uso abusivo de agrotóxico e destruição ambiental entre outros. Bem como no sentido de ser um instrumento para os movimentos populares e demais organizações populares que lutam por reforma agrária e por um modelo agroecológico.
Baixe o e-book gratuitamente: Questão Agrária no Tocantins
O Serviço Social e a Política de Reforma Agrária em Goiás
Introdução
Mesmo
com o discurso predominante sobre a superação da necessidade de se fazer uma
reforma agrária no Brasil, sobre tudo pela ausência de uma política por parte do
governo de desapropriação de áreas improdutivas e assentamento de milhares de
famílias que se encontram acampadas nas margens das rodovias na luta por um
pedaço de chão, e que muitas vezes são obrigados a radicalizar suas ações para
que possam ser atendidas as suas reivindicações.
O
que vemos é cada dia mais uma necessidade de se fazer uma verdadeira
reforma agrária neste país, não só para que milhares de famílias que estão
acampadas possam conseguir um pedaço de chão para dali tirar sua subsistência
como também, pela necessidade de milhares de famílias que estão nas periferias
das grandes cidades as margens das políticas públicas.
Como
também pela preservação do meio ambiente e a produção saudável de alimentos.
Sendo que o atual modelo agrícola brasileiro com base na monocultura, e na
agroexportação, com intenso uso de agrotóxico é extremamente prejudicial ao meio
ambiente.
Nestes
quase 09 anos de governo do PT (Partido dos Trabalhadores), o que vemos é a
reforma agrária saindo da pauta do governo, com á cooptação de lideranças dos
movimentos populares, fazendo com que esses vivam um período de descenso das
lutas populares.
Por
outro lado o governo tem tido um amplo apoio popular, em grande parte devido há
uma conjuntura interna favorável, e devido às políticas assistencialistas do
governo como Bolsa Família, PROUNI,REUNI entre outros. Nestes quase 09 anos de
governo petista nenhuma mudançaestrutural foi realizada no Brasil, é por isso
que vemos a reforma agrária saindo dapauta do governo e sendo substituídas por
políticas assistencialistas, que não mudaa situação de exploração da classe
trabalhadora, mais apenas maquia umarealidade de extrema exclusão social,
exploração e subserviência ao grande capital.
A
Política de Reforma Agrária deve ser encarada como uma política social, e deve
ser assumida como uma política pública pelo estado brasileiro, que tem tratada a
mesma como uma questão fora de contexto. A reforma agrária é uma política que dá
a possibilidade de emancipação para as famílias que conseguem após longos anos
de luta um pedaço de chão. Pois passam a depender apenas dos seus esforços,
assim é de primordial importância que os assistentes sociais potencializem a
luta pela reforma agrária sendo essa uma política pública emancipatória e não
compensatória.
O
Serviço Social deve por tanto cada vez mais ocupar espaços dentro das
organizações que organizam os trabalhadores em luta pela reforma agrária,
lutando para que ás milhares de famílias que estão acampadas nas margens das
rodovias lutando por um pedaço de chão em uma situação precária possam ter
minimamente seus direito em quanto cidadão, que é de ter acesso apolíticas
públicas fundamentais como educação, saúde entre outros possam ser atendidos.
Ás
milhares de família que estão acampadas sobrevive precariamente, com dificuldade
de ter acesso à educação, mesmo à pública quede qualidade, não tem acesso à
saúde, mesmo a de péssima qualidade que é ofertada pelo estado, acesso a cultura
e lazer também é um privilegio que não é garantido a esses trabalhadores, que
sobrevivem vendendo a sua mão de obra em condições de trabalho precarizado e sem
nenhum direito trabalhista, é por tanto normal ouvirmos falar em trabalho
escravo em pleno século XXI no Brasil.
Há uma crescente criminalização da pobreza,
dos movimentos e de lutadores populares, assim mais uma vez voltamos ao inicio
do século XX onde as expressões da questão social eram resolvidas como caso de
policia e não de política.
A
cada dia vemos o estado brasileiro cada vez mais ausente do seu de verde
elaborar e executar políticas públicas que de fato atendam a necessidade
da população, em contra partida tem feito uma ação militarizada e de
criminalização das minorias em luta por garantia de direito.
É
por tanto fundamental que o Serviço Social como parte do seu compromisso
histórico de construir e apoiar a luta da classe trabalhadora por
sua emancipação seja de fato efetivado, ocupando todos os espaços estratégicos
de construção dessa luta.
Não
só nos espaços públicos onde acabam desempenhando simplesmente o papel de
executor de políticas terminais, em empresas privadas onde desempenham apenas o
papel de um simples mediador de conflitos, que acaba sempre pendendo para o lado
do patrão.
Dessa
forma os movimentos populares verdadeiramente de luta são um espaço fundamental
de atuação do assistente social comprometido com a emancipação da classe
trabalhadora.
Lutar
pela reforma agrária no Brasil e em Goiás é lutar de fato por direito para
milhares de famílias que estão às margens das políticas públicas fundamentais,
para que tenham acesso às mesmas e por garantia de direitos.
Baixe o e-book gratuitamente no link: O Serviço Social e a Política de Reforma Agrária em Goiás
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