segunda-feira, 30 de março de 2015

Aparelhismo partidário do Colégio Estadual Nossa Senhora da Providencia

Por Pedro Ferreira Nunes

O Colégio Estadual Nossa Senhora da Providência em Lajeado do Tocantins tem um dono – não é o governador, o secretario de educação, os servidores, professores, alunos e muito menos a sociedade lajeadense. É ele quem define quem será o porteiro, os auxiliares de serviços gerais, as merendeiras, os professores contratados e, sobretudo a direção do colégio. O seu nome não esta nos decretos oficiais, é um fantasma. Mas todos na cidade sabem o seu nome, quem ele é e, sobretudo a quem ele serve.

Mesmo não sendo da área da educação é ele que controla o ensino público de responsabilidade do estado no município. Qual o seu interesse? Infelizmente não é a melhoria da qualidade da nossa tão maltratada educação. Para este rico empresário seu objetivo é o aparelhismo partidário do Colégio Estadual para construção da sua candidatura a prefeito do município nas eleições de 2016. E a nomeação de servidores contratados em especial da direção do colégio atende a este interesse - construção de uma base politica para tocar sua candidatura ao paço municipal de Lajeado.

Tanto é verdade que assim que o governador Marcelo Miranda (PMDB) assumiu o governo do estado nos quatro cantos da cidade já se ouvia – quem manda no colégio agora é fulano de tal. Sim ele mesmo, aquele que coordenou a campanha do governador no município e pretende candidatar-se a prefeito da cidade. E não demorou muito para que as mudanças no colégio estadual nossa senhora da providencia acontecesse. Troca-se a direção e os servidores contratados na gestão anterior e coloca-se pessoal de sua confiança.

Essa triste situação não aconteceria sem a anuência do atual governo do estado. Aliás, o governo atual é responsável direto por entregar o ensino público estadual no Tocantins para aliados políticos aparelhar os colégios estaduais com o objetivo unicamente eleitoreiro. Lamentavelmente essa ingerência administrativa e por que não pedagógica influencia diretamente na qualidade do ensino publico.

Infelizmente essa situação não é privilegio do Colégio Estadual Nossa Senhora da Providência. Denuncias do SINTET aponta que a prática relatada à cima acontece de norte a sul do Tocantins. Os diretores e demais servidores contratados são indicação politica de aliados políticos do governador. Assim a qualidade da educação fica em segundo, terceiro, quarto plano. O objetivo principal é sempre o aparelhismo politico dos colégios estaduais para construção de bases eleitorais.

Em Lajeado onde não há universidades, o Colégio Estadual deveria desempenhar um importante papel de construção do conhecimento local e regional como também na formação de cidadãos consciente dos seus direitos e deveres. Na pratica temos uma direção que não dirige. Servidores desmotivados, em especial os professores, ministrando uma grade curricular ultrapassada que pouco ou quase nada dialoga com os estudantes, que diante disso perdem o interesse nos estudos.

E estes senhores que comandam o ensino público no Tocantins ainda estufam o peito para dizer que a educação é prioridade. Prioridade para que? Para se fazer barganhas politicas? Pois a busca pela melhoria da qualidade não é. É necessária uma ampla mobilização dos servidores públicos da educação como também de toda sociedade tocantinense para que mudemos este quadro de ingerência politica e pedagógica dos colégios estaduais no Tocantins. Nesse sentido é fundamental aprovar uma lei que estabeleça a eleição direta para diretores de escolas públicas tanto a nível municipal como estadual e se realize concurso público para contratação de servidores extinguindo os contratos temporários.

Por fim conclamamos a professores, estudantes e demais servidores do Colégio Estadual Nossa Senhora da Providencia como também de todos os colégios estaduais onde impera o aparelhismo politico a se mobilizar e denunciar este quadro caótico. Recusando-se aos desmandos políticos dessa canalha politica que se apropria dos órgãos públicos com interesses privados. Essa luta também deve ser de toda sociedade tocantinense, pois a construção de uma educação pública, gratuita e de qualidade é de responsabilidade de todos nós.  Que possamos gritar a pleno pulmões – a educação pública no Tocantins, não tem um dono se não o povo.

Pedro Ferreira Nunes – é educador popular e militante do Coletivo José Porfírio.


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