domingo, 30 de junho de 2024

Como diz a letra de uma canção: “How I whish you were here...”

Imagino o que você não teria dito quando soubesse que eu teria que deixar nossa casa para ir trabalhar em outra cidade. Eu lhe convenceria da necessidade dessa mudança. Deixando claro que seria transitório. Você aceitaria com a condição de que eu não ficasse muitos dias sem ir vê-la.

No início era essa a minha intenção. Mas a rotina do trabalho, que não raramente se estende pelo final de semana, me obrigou a repensar essa questão. Mas não deixo de ir. Se você ainda estivesse na nossa casa talvez, ou certamente, fosse diferente. O difícil seria ti encontarar em casa, sobretudo no final de semana. Mas tudo bem, nunca gostei que você ficasse em casa deixando de fazer o que gostava – passear, está no movimento – ainda que para trabalhar – sua diversão era ver família e amigos se divertindo. 

Não saio muito por aqui. Além da rotina de casa para o trabalho, saio para fazer minhas corridas vespertinas e vou ao supermercado e a feira. Tudo praticamente no quintal de casa. As vezes até planejo mentalmente ir no cinema ou numa dessas casas por onde passam bandas de rock. Mas acabo desistindo. Compro algumas cervejas e fico no meu canto. Bebo, fumo, planejo, leio, escrevo e fico vendo vídeos em aplicativos da internet. Ah, também toco contrabaixo. Isso mesmo, um contrabaixo. Há muito tempo que eu estava namorando comprar um. Agora deu certo. Acretido que vou ter mais sucesso tocando contrabaixo do que a guitarra e o violão. Mas não vou me desfazer deles. 

Esses instrumentos me conectam com o adolescente sonhador dos tempos do Ensino Médio que sonhava ter uma banda de rock. Nem ti conto, esses dias encontrei uma foto do tempo do colegial com eu vestido numa camisa da minha banda (que nunca tocou). A foto foi tirada num evento do colégio sobre cultura tocantinense. E além de mim aparece o Rudinei (Neto de Dona Olga), o Adevagno (filho do seu Piauí), o Diva e a Daniela. Além da professora Kênia. Você lembra dela, né?!

Aqui onde moro é tranquilo. E não se preocupe por que não estou falando isso para lhe acalmar. Se você tivesse a oportunidade iria conferir. E provavelmente faria amizade com o povo daqui. Sobretudo com a senhora que é dona da kit net. Nunca vi uma pessoa para fazer amizade tão fácil como você. Já eu, confesso que nem cumprimento meus vizinhos.

No trabalho as coisas estão fluindo bem. Os estudantes me veem como uma espécie de Rockstar. E vivem me fazendo declaração de amor. Quanto às aulas – algumas funcionam, outras nem tanto. As vezes saio contente, outras vezes frustrado. Mas compreendi que isso faz parte. É como um concerto de banda de punk rock – nem sempre é aquele espetáculo que arrebata o público. No entanto, o show tem que continuar.

Mas o que eu queria mesmo era que você estivesse aqui. Não há um momento que eu não pense nisso. Ainda mais quando estou num lugar que sei que você iria amar como numa festa junina ou numa praia. Com isso concluo essas linhas falando o quanto sinto sua falta. Ti trago sempre dentro de mim.

Abraços ternos,

Pedro 

Ps: agora em Julho vou passar as férias na nossa casa. Cuidarei de tudo, das plantas e do quintal. Os meninos estão dizendo que viram do Goiás. Vou aguardá-los. 


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