quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Breve analise do primeiro debate entre os candidatos ao governo do Tocantins

Por Pedro Ferreira Nunes

 
O Debate que aconteceu nesta terça-feira (19/08), promovido pela Rede Bandeirante entre os candidatos ao governo do Tocantins Eula Angelin (PSOL), Carlos Potengy (PCB), Luiz Claudio (PRTB), Ataides Oliveira (PROS), Marcelo Miranda (PMDB) e Sandoval Cardoso (SD). Foi decepcionante, sobretudo por que nos mostrou uma enorme pobreza de ideias e de projetos que superem o modelo hegemônico vigente há anos no Tocantins e que atendam minimamente os anseios da população.

Saúde e corrupção são os principais temas do debate

O caos na saúde pública do Tocantins e a corrupção foram os temas preferidos dos candidatos. No entanto nenhum teve a capacidade de apresentar propostas para melhorar a saúde e muito menos combater a corrupção. Por um lado enquanto o atual governador candidato a reeleição Sandoval Cardoso (SD) defendia a sua gestão dizendo que esta fazendo e irá fazer muito mais, os outros denunciavam a má gestão e os desvios de dinheiro como as principais causas do caos na saúde.

Um gritava eu não tenho compromisso com o mal feito, outro dizia eu também não, precisamos combater a corrupção. Mas concretamente nada era apresentado.

Sandoval Cardoso x Marcelo Miranda

O falso debate entre os dois principais candidatos ao governo do Tocantins mostrou o que já havíamos afirmado anteriormente, que ambos são ‘farinha do mesmo saco’. Ambos defendem o mesmo projeto para o Tocantins. ‘Você já foi da base do Siqueira também’ disse Sandoval para Marcelo e este respondeu ‘Você também já foi da minha base quando eu era governador, os problemas do meu governo também recaem sobre você’. Troca de farpas e acusações – você fez isso, você fez aquilo. O outro respondia – você também fez, você também estava lá.

A tática de Sandoval é claramente desviar a sua imagem dos Siqueiras, mesmo ele afirmando que ‘não cospe no prato que comeu’, o fato é que ter o Siqueira como aliado neste momento trás mais ônus do que bônus para o candidato.

Já Marcelo Miranda toda frase que dizia começava com a palavra mudança, mas o que ele chama de mudança é apenas procurar melhorar o que já existe e fazer o que ele já fez anteriormente. Segundo ele de um jeito melhor. Isso não é mudança, isso é continuísmo. Carlos Potengy respondeu-o muito bem quando lhe disse que se não houver mudanças estruturais, não há mudanças.

Marcelo também teve que responder várias perguntas sobre a sua situação jurídica e os desvios de dinheiro público durante o seu mandato. O que ele procurou negar, dizendo que fez e fará mais e que o povo lhe apoia como mostra as pesquisas. Por fim o debate entre Marcelo x Sandoval foi um jogo de empurra-empurra para saber quem mais destruiu o Tocantins. Ao final podemos afirmar que ambos.

Ataides Oliveira e Luiz Claudio

Ataides Oliveira e Luiz Claudio mostraram que não são alternativas de projetos, mas apenas de nomes para o governo do Tocantins. Em um dado momento Luiz Claudio afirmou – Não queremos mudanças, queremos renovação. Para eles tudo se resume a má gestão e a corrupção. Ataides Oliveira mostrou a sua visão empresarial quando perguntado por Carlos Potengy sobre proteção social respondeu dizendo que era preciso desenvolver o estado economicamente – acabar com a corrupção, desinchar a maquina pública, desenvolver a economia ai então pensamos no social. Bem se vê a prioridade do candidato. Já Luiz Claudio, falou, falou, falou e não disse nada além de bater e assoprar em Marcelo Miranda e Sandoval Cardoso.

Eula Angelin e Carlos Potengy

Eula Angelin foi um desastre total no debate, mostrando um completo despreparo e sem nenhuma condição de defender as bandeiras do partido que representa.  Por exemplo, a candidata defendeu a meritocracia como a base do seu governo (a meritocracia é uma bandeira dos governos da direita), em vez de fazer uma pergunta sobre os problemas sociais do estado a candidata preferiu questionar Marcelo Miranda sobre sua situação jurídica. Disse que o estado precisa de livre iniciativa e justiça social de fato, resgatando o lema da União do Tocantins na década de 90, esquecendo-se de que livre iniciativa é uma bandeira da direita e que não combina com justiça social. Concordou com a politica de infraestrutura de Sandoval Cardoso e defendeu o governo Amastha (PP) em Palmas, como um modelo de transformação. A candidata disse nas suas considerações finais da necessidade de fazer uma mudança de fato, mas foi incapaz de apresentar como fazer tais mudanças e que mudanças são essas, espero que não sejam as mesmas que Amastha tem feito na capital.

Já Carlos Potengy fez boas intervenções como sobre a necessidade de conscientizar e organizar a classe trabalhadora para que a mesma tenha através de conselhos e assembleias populares uma maior participação no governo, defendeu o desenvolvimento descentralizado, criticou o excesso de secretarias e o inchaço da maquina pública, combate a corrupção e a busca para que o Tocantins se desenvolva de fato.

No entanto Potengy ficou muito aquém do que esperávamos, pois perdeu a oportunidade de pautar questões importantíssimas para o conjunto da classe trabalhadora tocantinense. Por exemplo, quando questionado pelo candidato Luiz Claudio sobre a politica de habitação Potengy perdeu a oportunidade de defender uma reforma urbana de fato no Tocantins que combata a especulação imobiliária e o déficit habitacional. A pergunta feita por Potengy a Luiz Claudio sobre empreendedorismo foi um desperdício, o candidato deveria ter aproveitado a oportunidade para fazer uma pergunta sobre o modelo agrícola hegemônico no Tocantins, educação, segurança pública entre outros temas bem mais fundamentais.

A esquerda perdeu a chance de apresentar um modelo alternativo ao que esta em curso no Tocantins há vários anos

Nenhuma candidatura em especial as da esquerda assumiu as bandeiras que o movimento popular tocantinense levou as ruas no ultimo período. Várias questões fundamentais não foram pautadas como, por exemplo, o modelo agrícola hegemônico no Tocantins pautado na monocultura, no uso abusivo de agrotóxico, na devastação do meio ambiente, na mão de obra escrava. Não se pautou a situação da educação no estado, isso que recentemente os professores fizeram uma greve heroica denunciando a situação da educação. Não se pautou a segurança pública, a cultura, os direitos humanos em um estado onde os índices de violência contra as mulheres são alarmantes. Não se pautou o monopólio nas empresas do transporte coletivo, a redução das tarifas. Não se pautou a grilagem de terras, os crimes cometidos contra camponeses. Não se pautou a privatização através de parceria público privada na educação, na saúde, na segurança pública entre outros. Não se pautou as tarifas abusivas de energia elétrica e água.

Por ingenuidade ou inexperiência as candidaturas da esquerda não foram para o enfrentamento, estavam tímidas, recuadas, amedrontadas. Até de forma ingênua deixaram as candidaturas da direita usa-las. Mas nem tudo esta perdido, até por que foi apenas o primeiro debate. Esperamos que nos outros que virão possamos ter debates mais ricos e com propostas concretas e de fato viáveis que venham de encontro aos anseios do povo tocantinense.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Poema: No meu quintal

No meu quintal

Para minha mãe, Maria Lucia.

Tem caju

Manga

Maracujá.

 

Tem andu

Cebolinha

Jatobá.

 

Tem coentro

Pepino

Mamão.

 

Tem pimenta

Mandioca

Feijão.

 

Tem arruda

Babosa

Melancia.

 

Tem limão

Abobrinha

Alegria.
 

No meu quintal

Tudo que planta dá

Tem ‘comigo ninguém pode’

Para olho gordo evitar.

 

No meu quintal

Cercas e muros não há

O pouco que aqui plantamos

Temos prazer em compartilhar.


Por Pedro Ferreira Nunes

Um poeminha para minha querida sobrinha Nathany

Como não se apaixonar por você
pelo teu jeito subversivo de ser
pelo teu jeitinho de olhar
conquistando sem falar.


Como não se apaixonar por você
menina, mulher, guerreira
alma de guerrilheira
lutando por liberdade.


Como não se apaixonar por você
que dispensa a vaidade
o que lhe importa é a atitude
e viver com dignidade.


Como não se apaixonar por você
minha querida menina
espero que conquiste todos os seus sonhos
muito rock, poesias e coragem pra vencer.


Do seu Tio Pedro Ferreira Nunes

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Conto: Luna

Por Pedro Ferreira Nunes

Quando John viu Luna foi amor à primeira vista, seu coração bateu acelerado tal como as baquetas da bateria do Igor Cavalera do Sepultura. Não era a primeira vez que John se apaixonava, mas nunca havia se apaixonado de forma tão intensa assim por mulher alguma.

Luna não era um mulherão, estava mais para uma adolescente, apesar de já ter 19 anos. Loira, usava o cabelo curto com algumas madeixas pintadas de azul e uma linda flor na lateral, tinha um belo alargador nas orelhas e sua pele clara destacava as belas tatuagens que cobriam seu corpo. Fumava um cigarro em cima do outro e ao lado um copo de conhaque.

Havia muitas mulheres naquele bar, algumas até mais bela que ela, mas ela com certeza era quem mais chamava a atenção de todos, no entanto ela não dava corda para nenhum dos corajosos que ousaram chegar perto dela.

De repente começou a tocar no salão o som pesado do Motorhead. Ela ergueu-se e começou a dançar, todos a observavam, em especial John que estava encantado por ela.

– Ah, como queria ter essa maluca nos meus braços. Pensava John.

Luna olha para John sentado em um canto tomando uma cerveja e olhando para ela. Ela caminha até onde ele esta e pergunta se pode sentar-se com ele, surpreso John gaguejando responde-a que sim.

- Olá tudo bem? Você está sozinho? Quer companhia? Posso me sentar aqui com você?

- Pois não. Fica a vontade. Aceita alguma bebida?

- Um conhaque, por favor.

E assim John e Luna começam a conversar sobre varias coisas, ela tomando o seu conhaque e ele cerveja e ouvindo o som sujo, veloz e pesado do Motorhead que ecoava no salão do bar.

- E então, aqui tá bacana. Mas você não quer ir para um lugar mais tranquilo?  Só eu e você?

- Claro, vamos sim. Respondeu todo animado John.

Nem nos seus melhores sonhos ele poderia imaginar que um dia teria uma mulher daquela nos seus braços, mas o fato é que sem explicação aquela princesa estava a fim de ficar com ele. E assim os dois seguiram no conversível de John até um motelzinho na beira da BR que cortava o local. Quando entraram para o quarto Luna pediu uma garrafa de conhaque. John lembra-se apenas da primeira dose de conhaque que tomou, quando foi no dia seguinte acordou sozinho no quarto de motel, sem roupa, sem grana e sem carro. Luna havia sumido.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Crônica: Riquezas culturais da nossa terra

O Chambari e a súcia tocantinense

Por Pedro Ferreira Nunes
Cada região do Brasil, cada estado. - É conhecido por uma característica própria. Pelo sotaque do seu povo, pelos costumes, pela musica, pela comida, pela dança entre outros. Por exemplo, á musica sertaneja e a galinhada em Goiás, o samba e a feijoada no Rio, o acarajé e o axé na Bahia, o Vaneirão e o churrasco no Sul, o forró e o baião de dois no Ceará, o carimbo e o pato no tucupi em Belém entre tantas outras expressões culturais Brasil afora.
Em recente conversa com um camarada pesquisador de musica folclórica brasileira, conversamos a cerca da cultura tocantinense. Logo percebi que há muita falta de conhecimento sobre o Tocantins, até mesmo entre as pessoas que moram aqui. 
Por ser um estado bastante novo e ter uma população oriunda de varias partes do Brasil, dando ao Tocantins por tanto uma característica multicultural, temos por tanto uma diversidade muito grande de expressões culturais, pois as pessoas que saem da sua terra natal para morarem no Tocantins acabam trazendo consigo os seus costumes, enriquecendo assim a nossa cultura local.
Quer dizer por tanto que o Tocantins não tem uma cultura própria?  Claro que sim. A característica principal da cultura tocantinense é a diversidade das expressões culturais, sobretudo a partir da formação do estado com pessoas de varias regiões do país, que vieram construir o Tocantins e trouxeram consigo as raízes culturais de sua terra natal. No entanto podemos destacar algumas expressões culturais próprias dessa região, como por exemplo o chambari na culinária e a sucia – Dança tipicamente tocantinense.
apresentação de súcia
A sucia é uma dança de origem africana trazida pelos negros que vieram trabalhar como escravos nas minas de ouro e diamante em Arraias, Natividade, Porto Nacional e outras regiões do estado.
Dança-se em uma grande roda ao som de tambores construídos com tronco de arvores e coro de animais. Não há um passo especifico, a ideia é improvisar ao som dos tambores, dança - se livremente, as mulheres dança às vezes com objetos cheio de agua na cabeça, mostrando um grande equilíbrio. É uma dança típica do nosso estado não encontrada em nenhuma outra região do Brasil. É uma dança que lembra outros ritmos de origem africana como, por exemplo, o coco, a ciranda e o maracatu.
Já o chambari é um prato muito apreciado no Tocantins. Pois antigamente não era tão fácil para a maioria das famílias tocantinenses comprarem carne de gado para fazer a mistura com o arroz e o feijão, dai comia se peixe ou carne de caça. Quando se comprava carne de gado geralmente eram as partes menos valorizadas, isto é, a ossada que era mais barata. O chambari era uma dessas partes da vaca que não era valorizada, dai as famílias mais pobres conseguiam comprar.
Chambari preparado a moda tocantinense
O chambari é uma parte da coxa do gado que tem muito osso e nervo e quase não tem carne, o mesmo é serrado e cozinhado por varias horas na panela de pressão para amolecer, quando pronto é servido o caldo.
O caldo do chambari é muito forte e dá muita energia para quem toma, antigamente era consumido, sobretudo pelos trabalhadores rurais, que enfrentavam grandes jornadas de trabalho nas lavouras tocantinenses. Hoje em dia o Chambari tornou-se uma comida tipicamente tocantinense, encontrada em feiras populares e restaurantes do estado, já não é apenas uma comida apreciada pelos camponeses pobres e trabalhadores rurais, tanto que já não é tão barato como era antigamente.
Por tanto quem visita o Tocantins e quer experimentar o sabor dessa terra deve comer um bom caldo de chambari com feijão trepa pau, tomar aquela cachacinha com murici e se acabar numa roda de sucia, e claro depois se refrescar do calor que por aqui não é pouco nas águas do Tocantins, depois disso com certeza irá querer voltar aqui um dia.

Memórias de uma luta

Recebi a missão dos companheiros da coordenação dos movimentos que ocuparam a superintendência regional do INCRA em Goiás de ficar responsável pela assessoria de comunicação dessa ação. Com isso o camarada Zelito do Movimento Terra Livre, organização da qual eu também fazia parte – Deu a ideia de fazermos o diário da ocupação para divulgarmos o dia a dia na ocupação e as ações que iriamos realizar, pois com o passar dos dias a ação tenderia a cair no esquecimento, sobretudo pelos veículos oficiais de comunicação, com o diário manteríamos a ocupação em pauta.

A ideia inicial era que fizéssemos os relatos coletivamente, mas já nos dois primeiros houve grande dificuldade para reunir todo mundo, sobretudo por que sempre havia outras atividades e problemas que surgiam que o núcleo dirigente precisava resolver. Por tanto acabou ficando para mim a responsabilidade de fazer os relatos que sempre quando era possível eu submetia ao crivo de alguns camaradas.

O diário foi uma ação muito importante para divulgar a nossa luta e para que também conseguíssemos apoio de diversas organizações da classe trabalhadora. Os relatos foram reproduzidos em diversos sites e blogs de norte a sul do país, assim como chegou a nossas mãos diversas manifestações de apoio graças às informações que passávamos através do diário, o que com certeza contribuiu para que fizéssemos a maior ocupação do INCRA-GO.  E mesmo com o boicote da grande mídia na maior parte do tempo que ficamos acampados no INCRA, conseguimos manter o Brasil informado do que se estava passando em Goiânia.

Quando comecei escrever era como estivesse fazendo uma nota à imprensa, mas ao longo dos dias o mesmo foi ganhando um caráter mais eloquente e emotivo, sobretudo por que a imprensa estava se lixando pelo que nós estávamos fazendo lá dentro. A não ser se fizéssemos como defendia um companheiro da direção – Tocássemos fogo em umas caminhonetes do governo, dai a imprensa apareceria para nos chamar de vândalos e com eles a policia para nos reprimir.

Por fim o caráter do diário foi mudando, já não era um informativo meramente, queríamos trazer o leitor para dentro da ocupação com a gente, para que ele se sentisse parte dela, para que ele pudesse sentir o clima em que vivíamos – Nossas angustias, tristezas, esperanças e alegrias.

Lembro-me de uma ligação que recebi de uma senhora que morava em um assentamento no vale do Araguaia – Ela disse que havia lido o diário e tinha se emocionado com o nosso exemplo de força e resistência. Lamentava por não poder esta conosco na ocupação, pois não tinha como largar seu lote. E pediu para que eu agradecesse a todos, pois sabia que estávamos lutando por todos os acampados e assentados de Goiás independente do movimento que faziam parte; Que eu desse um grande abraço e falasse que ela estaria rezando por nós, pela nossa vitória.

Esse telefonema foi uma grande injeção de animo para que eu continuasse escrevendo o diário, pois não era simples achar um tempo para escrevê-lo, já que eu tinha outras tarefas na ocupação bastante cansativas.

Alguns companheiros chegaram a dizer que não era bom escrever o diário, pois dávamos muita informação a cerca do que iriamos fazer e assim os nossos inimigos sempre sabiam do nosso próximo passo. Já outros elogiavam, pois o nosso exemplo de luta e resistência inspirava muita gente e por outro lado conseguíamos furar o bloqueio da mídia, conseguir apoio do Brasil todo e nos blindarmos contra qualquer ação truculenta por parte das autoridades.

Reorganizar esses relatos é resgatar a memoria e o exemplo dessa importante luta do movimento campesino por reforma agrária em Goiás, sobretudo em um período em que os que bravamente continuam resistindo e persistindo na luta por reforma agrária não tem o que comemorar. Assim espero que esse relato possa inspirar, sobretudo a juventude camponesa a continuar a tão importante e necessária luta por reforma agrária em Goiás e em todo o Brasil.

Pedro Ferreira Nunes
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quinta-feira, 24 de julho de 2014

"A nossa luta é pra vencer..."





































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A todas as famílias organizadas pelo Movimento Popular Terra Livre, Movimento de Libertação dos Sem Terra, Federação dos Trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar de Goiás, Movimento de Volta dos Trabalhadores ao Campo e ao Movimento Brasileiro dos Trabalhadores Rurais que participaram da ocupação do INCRA-GO em 2011.

Em especial aos camaradas: Zelito, Queila, Danilo, Alessandra, Matheus, Dona Fatima, Geraldo, Lena, Géssica, Aloisio, Cida, Valdelice, Antônio Chagas, Geraiton, Lazim, Aparecido, Anair e Nega.