"Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia..."
Amanhã há de ser outro dia..."
Chico Buarque
Corrupção
Ás
noticias de casos de corrupção envolvendo os últimos governos do
Tocantins tornaram-se um hábito na imprensa local e nacional. Só
para lembrar os mais recentes destacamos o caso de corrupção no
governo Siqueira (2011/ 2013) na secretária de Cultura ou o caso do
IGEPREV. Lembramos também das licitações para construção de
pontes que levam a lugar nenhum envolvendo tanto o ex-governador
Siqueira Campos como o atual Marcelo Miranda. Mostrando claramente
que a corrupção tem continuidade independente de qual partido está
no poder, já as politicas públicas que atendam a população não.
Agora mais recente vimos estourar a operação Ápia da Policia
Federal que levou o ex-governador Sandoval Cardoso para cadeia.
Sandoval Cardoso que entrou na politica apadrinhado pela senadora
Kátia Abreu, que já foi líder do governo Marcelo Miranda
(2007/2008), e foi
presidente da assembleia legislativa no governo Siqueira Campos
(2010/2013),
e numa jogada politica se elegeu ao governo do Estado indiretamente.
De
quem é a culpa pelo Tocantins está em crise?
Desde
que Marcelo Miranda assumiu pela terceira vez o governo do Estado o
discurso é o mesmo – o Estado está em crise. A receita então é
aumentar impostos sobre a população e tirar direitos dos
trabalhadores do serviço público como, por exemplo, o pagamento da
data base. Mas de quem é a culpa pelo estado esta em crise? Como se
vê nos casos de corrupção que relatamos acima, não é dos
trabalhadores. Então por que tem que ser o povo a pagar a conta? O
fato é que não falta dinheiro. A questão é saber para onde tem
ido o dinheiro que é arrancado através
do suor do trabalhador.
Olhando para o caos na saúde e o descaso com os serviços públicos
em geral podemos afirmar que não é para melhorar as condições de
vida da população, mas sim enriquecer uma minoria de políticos
corruptos.
A
greve geral continua e o governo?
O
governo fica em silêncio, vai empurrando com a barriga. Aliás, essa
é uma das marcas
do atual governo do Tocantins – empurrar com a barriga e ficar em silêncio. E uma proposta clara que atenda as reivindicações dos trabalhadores do serviço público se quer é apresentada. Mas a greve geral continua e tem que continuar até a vitória. E chegar a vitória passa inclusive por pedir a cabeça do atual governo. Já se teve paciência de mais é hora de radicalizar a luta. É chegado a hora da classe trabalhadora tocantinense tomar as ruas para pedir o Fora Marcelo Miranda! Não dá mais para ter paciência com um governo que não tem capacidade de dialogo e que fica se escondendo atrás de um argumento de que o estado esta em crise, ora esse argumento já não convence ninguém.
do atual governo do Tocantins – empurrar com a barriga e ficar em silêncio. E uma proposta clara que atenda as reivindicações dos trabalhadores do serviço público se quer é apresentada. Mas a greve geral continua e tem que continuar até a vitória. E chegar a vitória passa inclusive por pedir a cabeça do atual governo. Já se teve paciência de mais é hora de radicalizar a luta. É chegado a hora da classe trabalhadora tocantinense tomar as ruas para pedir o Fora Marcelo Miranda! Não dá mais para ter paciência com um governo que não tem capacidade de dialogo e que fica se escondendo atrás de um argumento de que o estado esta em crise, ora esse argumento já não convence ninguém.
Mais
casos de violência contra camponeses pobres no Tocantins
Tem
aumentando os casos de violência contra camponeses pobres no
Tocantins. Esse ano já denunciamos assassinato de líder camponês
por jagunços, ameaça a família de posseiros, despejo forçado de
famílias sem terra de acampamento as margens de rodovias entre
outros. No entanto os casos de violência só tem se repetido cada
vez com maior frequência. E tal fato se dá por que não existem
leis que ponha limites à burguesia agrária desse estado, que ponha
limites ao poder dos latifundiários. É justamente pela omissão do
Estado e a anuência da justiça que estes casos se reproduzem. Por
exemplo, na ultima semana camponeses pobres que ocupavam a fazenda
Normandia na zona rural de Palmas. Foram despejados brutalmente da
área. Além de não terem
tido se quer o direito de serem acompanhados pela defensoria pública
na hora do despejo, tiveram seus barracos queimados e pertences
extraviados. Ora, cadê a justiça desse Estado? A justiça esta ai,
mas só existe para favorecer os latifundiários, é o que vemos, por
exemplo, na decisão de expulsar camponeses pobres de suas posses na
região de Campos Lindos, despejo que ocorrerá essa semana. E que
ocasionará um desastre social denunciado pela Comissão Pastoral da
Terra – CPT. Vale destacar que essas famílias de camponeses pobres
ocupam
essa área há varias anos produzindo alimento, mas que agora terão
que dá lugar para produção de soja que avança na região. E que
ao contrario do que se prega não trás desenvolvimento. Se não
Campos Lindos não seria a pior cidade para se viver no Tocantins
como apontou pesquisa realizada ano passado.
Omissão
do Estado é a marca da questão agrária no Tocantins
Em
todos os casos de violência contra camponeses pobres e trabalhadores
sem terra percebemos um total silêncio do governo. Tal silêncio
contribui para que os casos de violência se perpetuem – violência
que parte tanto por parte do Estado através das forças policiais
como de jagunços armados. Não podemos aceitar e muito menos ficar
calados diante desses casos de violência contra nossos camaradas
camponeses e trabalhadores sem terra que tem ocorrido no ultimo
período. Sabemos muito bem o porquê do silêncio do governo. Pois
se trata de um governo que esta a serviço da burguesia agrária,
governo que comanda a maquina que está assassinando
nossos irmãos. Logo, tanto no campo como na cidade temos motivos de
sobra para pedir o fim desse governo que não serve aos
trabalhadores, mas apenas aos patrões.
Eleições
municipais
Carlos Amastha/PSB |
PT
e PSDB no fundo do poço
Acompanhando
a tendência nacional o PT sai bastante enfraquecido das eleições
municipais no Tocantins. O partido elegeu apenas dois prefeitos em
pequenos municípios. Já o PSDB que já fora o maior partido no
Tocantins – linha de frente da famosa União do Tocantins – o
partido dos Siqueiras, que agora esta na mão do senador Ataides –
só conseguiu eleger 5 prefeitos. Desses cinco apenas 1 de uma cidade
média – Guaraí. Todos os outros foram em pequenos municípios.
Tanto o PT como o PSDB estão no fundo do poço no Tocantins. E
dificilmente conseguiram sair de lá num
curto período.
Mais
do mesmo
O
resultado das eleições municipais no Tocantins nos mostra um quadro
de pouca novidade. A única coisa a se comemorar é a quebra da
polaridade que dominou a politica local por várias décadas entre
PMDB X União do Tocantins. Porém ao analisarmos os novos grupos
políticos e suas lideranças vemos uma ausência de renovação e
projetos políticos contra hegemônicos. Pelo contrario existe apenas
uma briga pelo poder já que o projeto que desempenharam é o mesmo –
favorecimento ao agronegócio e a especuladores. Tanto que dependendo
dos seus interesses eles brigam entre si, mas num segundo momento
estarão no mesmo palanque.
O
Mal menor virou o pior
E
assim vamos caminhando. A defesa do mal menor nos trouxe a um beco
sem saída. O principal argumento utilizado por militantes de
movimentos sociais para justificar o voto no PT se voltou contra os
próprios movimentos sociais. É justamente esse argumento que a
população tem se utilizado para eleger figuras como Amastha, João
Doria entre outros. E o discurso do mal menor tem servido inclusive
para justificar a inercia da maioria da população contra os ataques
do governo Temer. O mal menor é um legado dos governos petistas –
um governo que fez grande parte dos setores de esquerda, inclusive da
juventude, reduzir os seus sonhos, abrir mão do seu programa para
implementar o programa da burguesia. Tal fato nos trouxe ao beco onde
nos encontramos. E até o momento a esquerda como um todo esta
batendo cabeça e não esta conseguindo sair desse beco. Certa vez
dissemos que o mal menor uma hora viraria o pior, isto é, a pior
alternativa. E de fato isso se concretizou.
A
PEC 241 e o caráter do atual governo
Esse
projeto do governo Temer que promete salvar o país juntamente com a
reforma da previdência mostra muito bem o caráter do atual governo.
Em vez de aprovar um projeto de taxação das grandes fortunas ou
suspender o pagamento da divida o que se propõem é fazer com que os
trabalhadores paguem a conta. E com a base parlamentar com que o
atual governo conta não será difícil aprovar qualquer projeto que
ele envie para o congresso nacional. A não ser que as organizações
de luta dos trabalhadores parem de bater cabeça, de brincar de fazer
luta politica e tirarem do papel o que já defendemos há muito tempo
que é uma greve geral nesse país. Se não pararmos a maquina
capitalista nesse país os ataques aos trabalhadores continuaram.
Pedro
Ferreira Nunes é militante do Coletivo José Porfírio.